CUIDADO COM O GALALAU!


O galalau é um sujeito que, antes de nos conhecer, apresenta, ordinariamente, alguma resistência em o fazer. Muitas das vezes, temos que exigir que ele nos seja apresentado... mas ele resiste, com a cumplicidade de nossa família. Até que, não tendo mais jeito, ele vem até nós, em nossa casa.

No início, diante de nós, pela primeira vez, ele fica meio constrangido, sorri sem graça, quase chorando, visita, no máximo, a sala de nossa casa. É um arremedo pudibundo. Apresenta-nos, com ajuda de nossa família, todas as suas qualidades. Não tem defeitos. Mas nós, que, de bobos, não temos nem o andado, desconfiamos de cada ato dele. Afinal é um galalau.

Com o passar to tempo, ele começa a freqüentar nossa casa nos finais de semana, especialmente nos almoços de sábado e domingo. Afinal, ele costuma gostar muito de churrasco familiar, sobretudo quando tem uma cervejinha gelada, quase trincando. Afinal, malgrado ainda pudico, continua sendo o galalau.

Assim, ele vai se amassando, convivendo com a nossa família, indo mais aos cômodos da nossa casa. O perigo começa a se tornar irreversível quando ele vai à cozinha, para buscar cervejinha gelada. Se fechar geladeira com o pé, praticamente não tem mais jeito, sem quase nenhuma forma de nos resistirmos, sendo ele o galalau.

O risco se transforma em dano concreto, insanável, quando ele, depois de freqüentar todos os cômodos de nossa casa, começa a utilizar o banheiro corriqueiramente. Primeiro, era com a porta fechada, fazendo xixi somente nas laterais do sanitário, a fim de não fazer barulho e não assustar nossa família. Depois, é um tal de fazer xixi no centro do vaso, o barulho de uma cachoeira, graças a muita cervejinha que pagamos. No fim, ele faz xixi com a porta do banheiro aberta. Então, já não somos nós e a nossa família é dele, o galalau. 

(Portanto, fiquemos sempre atentos ao galalau, pois nós podemos reconhecê-lo no  namorado mais velho de nossas filhas adolescentes.)

Comentários

  1. As cenas são perfeitamente visíveis com essa descrição.
    No nosso tempo não tinha essa intimidade toda.
    Fazer xixi com a porta aberta era apenas uma referência de Éden.
    Eu não pego cerveja sem me constranger até hoje na casa de minha mãe.
    Genial.

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  2. Tem uma história muito engraçada que aconteceu com um primo do tipo "machão-não-sou-machista-a- extremos-mesmo".

    Um dia ele acorda com o liquidificar funcionando. Vai à cozinha e está lá o namorado da filha dele fazendo vitamina de bombado: "e aí, vai querer um copo também?" Socorro!

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  3. Texto bem divertido!

    Todavia, nada divertido ter de passar por tais situações.
    Aturar um galalau já não deve ser fácil, quem dirá DOIS!... É, eu tenho duas filhas... rsrs

    BSchopenhauer, parabéns pelo belo texto!
    Abços

    Selma Buss

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  4. Obrigada por comentar, Selma. Venha sempre!

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  5. Velvet,realmente! O texto o Schopenhauer é ótimo!
    Ri demais! Hilário!

    Graças a Deus,não passei por essa ainda! Meus genros e primos são bem reervados!
    Deve ser o "ó do borogodó" guentar tudo isso,não? rsrs
    Mto bom! Valeu!

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  6. Zinha, eu tenho a minha, logo, sou candidata a aguentar um galalau. Resta-me pedir a Deus para eu não me eleger, rsrsrsrs

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