CAI A NOITE




PARA ALÉM DA POSSE

Um dia verei que és tão branca 
quanto mostras. 
Terei a certeza completa e definitiva
de tua pele clara. 
Saberei que não importa onde andes 
– e mesmo que descalça –,
não há nódoa em tuas plantas. 
E és alva.
E és pura como, depois da chuva, 
a terra mais escura, e o frescor que ela exala.
Um dia penetrarei tuas colinas de nácar
Após perder-me entre tuas dobras
Errar cem vezes através de teus vales
Até galgar teus seios estelares.
Mas não será como quem veio se apossar da lua 
Será só para dizer que te amo e em ti confio.
Para fazermos amor a noite inteira
E adormecer meu coração no teu colo.
(Jean de Lery)

Comentários

  1. Velvet! O que você sabe sobre esse poeta?

    Bem, vi você postar o John Donne, então, seria este Jean de Lery também pastor? O texto é lindo, mas, pegou-me totalmente de surpresa se for de autoria de quem estou pensando. Ou seriam apenas homônimos?

    Conta-me.

    Abraços sempre afetuosos.

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  2. Lamento decepcioná-los. Ou não. Trata-se de um pseudônimo, escolhido pelo autor. Nem por decreto, nem por medida provisória, revelo o nome. É real e está bem vivo, rs.

    Aqui tem vários poemas publicados por gente normal, que não é famosa, sob pseudônimos.

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  3. Então, pode dar os parabéns ao poeta "bem vivo"! Maravilhoso poema.

    Sabe, duas coisas realmente me fascinam: versos e música.

    Encanta-me alguém conseguir compor música: imaginar Mozart compondo o 1ºandamento, o Molto Allegro, (Sinfonia nº40) é algo assombroso demais para mim. Do mesmo modo, encanta-me alguém retirar de algum lugar de dentro de si um verso como: "E adormecer meu coração no teu colo". Que desfecho delicado para um poema de emoções tão arrebatadoras. Parabéns mais uma vez ao nosso poeta "bem vivo"!

    Abraços sempre afetuosos.

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