ROCK N' ROLL, UMA HISTÓRIA - EPISÓDIO III


“Se tentassem dar outro nome ao rock and roll, podiam chamar-lhe 'Chuck Berry'” 
(John Lennon)



Chuck Berry veio em 1955 e revolucionou o “set-up” de bandas com a guitarra liderando a harmonia do conjunto. Apoiado pelo pianista tipicamente “boogie woogie” do Johnny Johnson, o Chuck tocava as escalas pentatônicas com parada dupla, o que até hoje impera na forma de tocar rock. “Sweet Little Sixteen”, “School Day”, “Roll Over Beethoven” e Johnny B.Goode”, todas composições dele, o imortalizaram para sempre na calçada da fama.


O Bo Diddley tinha sido baixista do Chuck Berry e saiu para fazer seu projeto solo. Passou a tocar guitarra e incorporou uma batida mais “raiz” africana. “Who do You Love”, “Mona” “Love is Strange” e “Road Runner” deram um belo lugar de destaque o Diddley. 

Na fusão do rock com godspell, New Orleans apresentou o Little Richards que literalmente infernizou as paradas de sucesso por alguns anos. O Richards trouxe para o rock a histeria das sessões hipnóticas das igrejas godspell, o frenezi rítmico com “Long Tall Sally”, “Lucille”, “Rip It Up” e “Good Golly Miss Molly”. Não fosse o suficiente, provocava mais ainda com a maquiagem pesada e o figurino espalhafatoso que beirava ao obceno.


O Jerry Lee Lewis veio do Boggie Woggie, tendo aprendido piano aos 5 anos de idade. Lewis nasceu em Ferryday, Louisianna em 35. Formou a primeira banda com os primos, sendo um deles o famoso pregador eletrônico, Jimmy Swaggart. Começou a carreira em Memphis como músico de estúdio, tendo sido pianista do Carl Perkins, Elvis Presley e Johnny Cash.

Com “Whole Lotta Shaking”, “Great Balls Of Fire” e “Breathless” a carreira do Lewis alavancou para, em seguida, praticamente ser destruída. Ele casa pela terceira vez, aos 22 anos de idade com a prima...de 13 anos de idade! Sem dúvida, o Lewis foi talvez o primeiro real rebelde do rock n’ roll, com atitude roqueira. Há um relato dele tocando fogo no piano no fim da última música de um show ao vivo, isso porque o cachê dele tinha sido menor do que o do Chuck Berry. Para mim, o Jerry Lee Lewis é o grande figuraça do rock n’ roll. Hoje mora na Irlanda, para fugir do fisco americano. E ainda está na ativa. 


O Elvis Presley foi descoberto pelo Sam Phillips e coube ao Phillips “lapidar” o talento bruto. Com certeza fãs do Presley podem ficar indignados com o que irão ler a seguir, mas a verdade é uma só. O Elvis foi a maior “fraude” da história do rock n’ roll! O Sam Phillips o equipou com músicos de primeira e construiu um marqueting em torno dele de “delinqüente”, coisa que ele absolutamente não era. O Presley foi o primeiro grande produto de consumo, pós guerra mundial. Produto de maquinação de produtor. Fórmula mais tarde repetida com o mesmo sucesso, com os Beatles. 

Numa sociedade segregada como a dos EUA, na época, o Presley se tornou o maior “ladrão” de sucesso escrito por negros. Só em 56-57 é que o Phillips guinou o Presley para cantar coisas de roqueiro branco. No inicio dos anos 60, já em decadência, Presley virou “crooner” e cantava até cancioneiro italiano. 

O sucesso do Elvis era primordial para a indústria e apoiado por um marqueting fortíssimo, a Elvismania varreu o planeta. Isso proporcionou a entrada de mais jovens brancos na música considerada “ de negros”: Carl Perkins, Buddy Holly e Richie Valens emplacaram fácilmente os seus trabalhos autorais.

Lunarscape


(Continua....)





Comentários

  1. Jorge Atakardiac24/02/11, 15:53

    Chuck foi o começo. Daí em diante, o mundo começou a rodar mais doido. Beatles eram engravatados como muitas bandas inglesas no começo, depois desbundaram geral. Elvis era canastrão assumido, mas rebolar no palco é coisa de rockeiro né não?

    Little Richards é figura gigantesca também, verdade que Hendrix tocou com ele?

    Valeu gostei muito Lunar. Abra sua escola de Rock-blues que vou aparecer na matrícula. KKKK

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  2. Jorge, eu tenho a gravação do Little Richards e Jimmy Hendrix !
    Vou "ripar" e disponibilizar.

    Pois é, tanto Elvis e Beatles eram "cordeirinhos" de produtores, tal como vemos hoje os Bieber, Spears da vida. Isso é fato e não palpite de fã.

    O Chuck Berry é maluco, tomou 5 anos de cadeia nos anos 70 por seduzir uma tchutchuquinha de 14 anos. Depois toma mais 2 anos por ter instalado web cams no banheiro feminino do bar/clube dele em Saint Louis. Mas nem ele nem Jerry Lee Lewis sossegam, tacom ao vivo até hoje.

    Jorge, realmente esta preto de acontecer uma escola de musica com participação minha. ;) Depois te aviso....

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  3. Sandra Sallee24/02/11, 19:25

    O roqueiro que por acaso e Doctor ...
    Sabe das coisas .
    Cool ..adorei saber coisas que nao sabia sobre esses mitos .
    Valeu Dr .

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  4. Jorge: http://www.megaupload.com/?d=4K77WK2X
    Little Richards/Jimmy Hendrix, são 5 musicas...mas para quem coleciona vale á pena.

    E Esse daqui eu tava te devendo:
    Dicky Betts dos Allman Brothers tocando "Jessica", Versão INSANA
    http://www.megaupload.com/?d=S2QWBWHJ

    Lunarscape.

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  5. marcia190724/02/11, 21:49

    ok, ok, vc arrasou com os ídolos da minha infância mas tudo bem...
    vou ouvir help (sim, vi o "filme" umas 10 vezes) e rever feitiço havaiano (pode ter coisa mais brega?) depois de arquivar esta sua aula...

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  6. Pô Mirtes, a intenção jamais seria arrasar e sim contar os fatos reais. Os fatos não tiram o mérito do mega estrelato nem do Elvis nem dos Beatles, apenas explica como os fenômenos aconteceram. Idolos fabricados sim, e daí ?

    Its Only Rock n Roll And I Like It !

    Lunar

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  7. Rolando de rir, Lunar e Marcinha...rsrs

    Nem é tão ruim assim, Doc. Afinal de contas, Elvis não é Clooney.... hehehehe. Marcinha suporta golpe contra Elvis. Já contra George...

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  8. Putz, eu sei...mas conheço alguns limites e sei que se falar do Clooney e mal, arrumo uma inimiga para a vida toda....;)

    Lunarscape

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