IMPRENSA, DISSONANTE DESCONHECIDA

Da série A História é uma História e a Destepaiz é contada em ciclos: como tudo se repete em loooping infinito nestepaiz, o artigo abaixo, de BSchopenhauer, publicado originalmente em março/2011 é mais atual que se fosse escrito AMANHÃ. O que mudou nas relações da imprensa com as instituições e principalmente, com a sociedade não preparada para não digerir a oficialidade dos interesses da pauta divulgada, em ano eleitoral? 

(Nota: as raríssimas exceções na imprensa que confirmam a regra, não entram no ciclo da história. A parte pensante e livre de CorruPTópolis renova-se em si, obviamente, mesmo tendo que apontar de tempos em tempos, esses mesmos ciclos da história que se fazem presentes no noticiário.)

No homem, o dado a conhecer é uma possibilidade. O desconhecido, uma realidade.


Por BSchopenhauer

O homem é o homem, desde o princípio, à media que pode conhecer a si, ao outro, ao mundo, e conduzir-se livre, interna e externamente, de acordo com seu conhecimento. Sem conhecimento e sem liberdade de expressá-lo, o ser humano reduzir-se-ia a  qualquer coisa, indistinto de quaisquer outros seres. Numa gradação do processo cognitivo libertário, o homem evolui de não sabendo que não sabe, passando por sabendo que não sabe, até sabendo que sabe.

Uma das dimensões desse processo cognitivo libertário concretiza-se na interface do homem com a imprensa. Inerente a ele é o poder de conhecer e se conduzir livre; precípuo a ela é a função de colher, na realidade infinita, os fatos sociais, valorá-los, classificá-los, divulgá-los; sempre, frise-se, desde uma pauta própria de interesses. Desse modo, a imprensa é imprensa para o homem, pelo homem, no homem. Por isso, ela deve se nortear na direção de promover o conhecimento e a liberdade, jamais fazendo menoscabo disso.

Todavia, no mundo contemporâneo, ocupando espaços da imprensa que seria imprensa, tem havido outra coisa, a qual também se designa “imprensa”, se propala “imprensa”, se põe no lugar da imprensa, todavia não o é, porque, em lugar de fomentar o conhecimento e a liberdade, embota-os, invertendo o sentido do processo cognitivo libertário, tornando-o, de fato, um processo de dissonância cognitiva: aumentando a quantidade massiva de “informações” que não informam, alarga os espaços sociais do ser que não sabe que não sabe, em detrimento do ser que sabe que não sabe e, principalmente, do ser que sabe que sabe.

A propósito, atualmente, existe uma infinidade de meios de difusão de “informações”: TVs, rádios, jornais, revistas e, especialmente, na internet, redes sociais, sítios, blogs etc. Há, portanto, uma algaravia “informativa” espraiando-se por todos os lugares, dando-se a conhecer ao homem, que precisa compreender, valorar, distinguir, e, assim, conduzir-se livremente. 

Mas ele está preparado para isso?

(Ilustração: The game, de Henryette Weijmar Schultz)


Comentários

  1. Caro Amigo

    Acredito que nenhum ser humano está pronto para discernir o que é real e o que é manipulação dos poderosos.
    Ainda teremos que caminhar muito para alcançar o discernimento, o senso crítico como ser humano e não meramente um transmissor de notícias!!!!

    Marisa Cruz

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  2. Dizem os dicionários,entre tantas coisas que,"Imprensa é um conjunto de meios de difusão de notícias,fatos,informações, e que exercem gde influência na opinião pública"!

    Eis aí o nó da questão!
    E quem faz essa Imprensa? E quem lê as coisas impressas?E quem ouve as informações "faladas" ?

    No nosso país há um belo ponto de interrogação: quem faz a nossa Imprensa? será que ela está nas mãos dos que querem realmente informar ou está nas mãos dos que querem Formar a consciência do povo?

    E quem recebe as informações? Será que nosso povo está a fim de se informar para se formar de acordo com suas crenças e/ou princípios, ou tanto faz, e se deixa formar de acordo com os objetivos dos poderosos que governam?

    Acho que além da frustração de sentirmos que o povo pouco se importa com isso, acho que os que se importam c/ os rumos do país,não enxergam como se deve fazer...

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