O ENGODO DO IMPOSTO: RECEITA PARA CRIAR DESPESA

Engana-me, que eu finjo ser enganado.



Os valores nominais fixados na tabela de isenção do imposto de renda são inversamente proporcionais às respectivas bases de incidência. Noutras palavras, aumentando-se aqueles valores, reduz-se o imposto de renda a pagar. Observe-se, todavia, que, exatamente porque a referida tabela é fixada em valores nominais, à medida que a inflação os corrói monetariamente, expandem-se as bases de incidência objetiva e subjetiva do tributo e, desse modo, incrementa-se a receita pública pela expropriação da renda das pessoas pelo desgoverno da Idade das Trevas.

Agora, finalmente, depois de quatro anos (a última correção monetária da referida tabela fez-se no ano de 2007) e alguma pressão social, o desgoverno da Idade das Trevas baixou a medida provisória nº 528/11, corrigindo monetariamente, ainda que de forma parcial (a inflação no período foi muito maior do que 4,5%), os valores nominais da tabela de isenção de imposto de renda em 4,5%, fixando o limite máximo de isenção em R$1.566,61. Durante esse tempo, o governo se locupletou da receita pública majorada em decorrência da falta de correção da tabela de isenção do imposto de renda, gastando sempre mais, mais... Afinal, para toda receita, o desgoverno da Idade das Trevas sempre dá um jeito de criar despesas.

Entretanto, essa correção monetária da tabela de isenção do imposto de renda prestou-se, na verdade, à dissimulação, ao engodo, ao diversionismo praticados, ordinariamente, contra os pagadores de impostos destepaiz. Além de não aplicar a correção monetária integral pertinente à inflação acumulada no período de 2007 a 2011, o desgoverno da Idade das Trevas usou a mencionada correção e a suposta perda relativa de receita, para justificar mais um aumento de impostos, agora, sobre operações financeiras e de impostos sobre bebidas frias. Adeus, cervejinha de fim de semana!

Observa-se que, diferentemente da correção monetária da tabela de isenção do imposto de renda, fixada em valores nominais, que, de novo, serão corroídos paulatinamente pela inflação, o aumento desses impostos opera-se pela majoração da alíquota (percentual sobre a base de incidência objetiva). Desse modo, o valor da correlata receita pública proveniente de mais esse dissimulado... aumento de impostos não será carcomido pela inflação; ao contrário, seguirá aumentando a expropriação das pessoas, à proporção que crescerem os valores envolvidos nas operações financeiras e na venda de bebidas frias. Como dito, para esse novo aumento de impostos, o desgoverno da Idade das Trevas dará um jeito de criar novas despesas.

Apesar de mais esse aumento de impostos, o desgoverno da Idade das Trevas, assessorado pela imprensa genuflexa voluntária altiva, logra a sua dissimulação, o seu engodo, o seu diversionismo, propagandeando a correção monetária parcial da tabela de isenção do imposto de renda, com um “ato bondoso”, “de mãe para filhos”, em prol dos pagadores de impostos. Acredite a “criança” que quiser!

Daqui mais algum tempo, uns 4 anos, esses aumentos de impostos serão esquecidos, assimilados, tomados como um dado da natureza. Então, diante de um pouco de pressão social, nova correção monetária parcial da tabela de isenção do imposto de renda será “concedida bondosamente” pelo desgoverno da Idade das Trevas, mediante contrapartida de aumento de outros tributos, para “compensar a renda perdida”.

Como sei disso? Simples: é o modus operandi do desgoverno da Idade das Trevas! Basta ter memória.

Comentários

  1. Eu trabalho com cerveja.
    Aumento do IPI para microcervejarias foi de 665% sim isto mesmo o que vc leu.

    Aumento no preço final ao consumidor 15%

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