ROCK N' ROLL, UMA HISTÓRIA - EPISÓDIO VII

"Não é que apenas achamos que somos a maior banda do mundo. Mais que isso, achamos que estamos muito, mas muito a frente do segundo colocado." 
Robert Plant (Led Zeppelin)



Nas Ilhas Britânicas, Pink Floyd lançava “Pipers At The Gates Of Dawn” e em seguida “A Saucer Full Of Secrets”, com o falecido Syd Barret à frente da banda. Entre 67 e 71 lançaram 5 discos mas não se firmaram como compositores avant garde. O Syd Barret tem um violento surto psicótico (dizem as más línguas que foi por excesso de LSD, nada comprovado) e é substituído pelo David Gilmore. Gilmore participa do “Meddle” e a faixa lendária do “Echoes”, um épico de 20 minutos ocupando o lado inteiro de um LP. Depois lançam o “The dark Side Of The Moon”, voltando para um rock mais básico, porém de instrumentação apurada. Para uma banda que queria ser banda de blues (o nome é a união dos nomes de blueseiros americanos esquecidos; Anderson Pink e Frank Floyd), o vôo tinha ido longe. O The Dark Side Of The Moon ficou 14 anos numa lista dos 100 LP's mais vendidos da história. Recorde imbatível.





Curiosidade: Quando o Pink Floyd grava a parte estúdio do Ummagumma, no estúdio 2 da Abbey Road, os Beatles estavam gravando o Abbey Road, nas mesmas semanas.
De 67 à 70, a historia do rock é marcada pelos grandes festivais e os grandes “sit-ins” dos concertos ao ar livre. Esses festivais, nos EUA e na Inglaterra, marcavam uma forma de protestar pacificamente contra o estabelishment e cultuar o “sexo, drogas e Rock n Roll” (inicialmente lançado em São Francisco como “Paz, Amor e Rock”). O Festival de Monterrey, na California, foi o primeiro, com 550 mil atendentes (muitos passaram por um jovem “segurança” chamado Harrison Ford!). No último dia, subiram ao palco: The Who, Jimmy Hendrix, Greatful Dead e The Mamas & The Papas. Imaginem só ?
Dois anos depois veio o Woodstock, mas na Inglaterra já havia tido o Isle Of Wight Festival. Bandas de todas as tendências, rock, folk, country, e psicodélicos estavam na vitrine. Vou lhes poupar das listas intermináveis de nomes de bandas, estão todos disponíveis na Wikipédia.
O Woodstock representa a massificação do rock e da atitude rock. A contra-cultura na potencia máxima. Estima-se em 2 milhões, o público presente, e a consagração de Jimmy Hendrix, Crosby Still Nash & Young, Carlos Santana, Ten Years After, The Who, Joan Baez, entre tantos outros.


Pouco depois, os Rolling Stones fazem o Altamont Festival, num parque em São Francisco. Com a morte de 3 espectadores, esfaqueados por Hell’s Angels que faziam a segurança, houve repercussão negativa demais e esse tipo de concerto começava a ser reprimido nos EUA.
A era dos festivais culmina com o festival da ilha de Man, na Inglaterra, onde a vasta maioria de bandas apresentavam um novo componente incorporado ao rock: a música clássica. Nasce assim a antepenúltima  “coqueluche” do rock, o rock progressivo.
O progressivo traz para o rock o último elemento que faltava, a música clássica. Jovens músicos “drop-outs” de conservatórios se uniam para tocar rock mas com profundo conhecimento de instrumentação, arranjos e principalmente, talento, incorporando elementos clássicos na música. Muito se discute qual o primeiro disco de progressivo, inútil.


O Yes já enveredava por esse caminho em 67 quando lança o primeiro disco deles. O Genesis. quando lança “In The Beginning” em 68, traz quarteto de cordas para apoiar o formato rock da banda. De 1970 à 77 o progressivo dominava a cena, e era o rock mais consumido no planeta. As bandas mais conhecidas seriam o Yes, o Genesis, Emerson Lake & Palmer, Camel, Rennaissance, primordialmente, jovens músicos oriundos da região de Canterbury ao norte de Londres. Eram dezenas de bandas, e a coisa se espalhou rapidamente para toda a Europa: dos mais importantes, menciono o Premiata Forneria Marconi e o Le Orme da Italia, O Triumvirat da Alemanha (com as capas de disco tendo um camundongo branco como “garoto propaganda deles). Da Holanda tínhamos o Focus dos geniais Thjiis Van Leer e Jan Akkerman e o Trace. Parecia que em cada esquina da Europa se tocava rock progressivo. Um som mais melódico, arranjos elaborados e harmonia complexa embutido em musicas longas, impróprias para as rádios.

(Continua....)

Comentários

  1. Jorge Atakardiac03/03/11, 15:11

    Joe Cocker foi outra herança bendita de Woodstock, certo?

    Também acho, Led foi a maior rock band em seu tempo. Quando a bateria de Bonham se juntou ao riff de Page em whole lotta love, estava anunciado um admirável mundo novo.

    Mas prá mim, sobretudo e todos veio o Yes com Steve Howe e Rick Wakeman juntos a Anderson, Squire e Brufford para os antológicos Yes Album(já era o Wakeman?), Fragile e Close to the Edge. Vc sabe melhor que ninguém a história do Yes, fica como sugesta para um capítulo quando puderes.

    Grande Lunar, revivo os anos 70 com essas histórias. Tks

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  2. Valeu Jorge, a intensão era essa mesmo.
    Pois é; mas vamos por partes, O Led Zeppelin era sim uma banda á parte, pegou o gancho do Black Sabbath (os inventores do gênero Heavy) e seguiram dai.
    Sim, claro que o Cocker foi uma herança bendita do Woodstock, como foi o Santana. Pena que o Cocker gastou quase 8 anos em rehab. O negócio dizem que foi muito feio.


    O Yes abrem as portas para o Wakeman no meio das gravações do Fragile (71). O Tony Kaye estava "meio" que de saco cheio de conviver com os vegetarianos puristas do Yes e foi abandonando a banda. O Wakeman sofreu com o Anderson, Squire e Howe (todos "natureba") e o Wakeman era manguasseiro dos bons. Depois do 2.do enfarto é que o Wakeman sossega ! ;)

    Lunar

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  3. Jorge, voce deixou um coment, no inicio dessa série e respondi com links para download de Little Richards com Jimmy Hendrix e outro com uma versão animal do Dicky Betts do "Jessica" do Allman Brothers...Voce pegou ?

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  4. Peguei sim Lunar. Valeu.

    Então eram vegetarianos...não imaginava.

    Não esqueço aquele seu comentário que Hendrix poderia vir se juntar a ELP. Ele já tinha uma guitarra bem progressiva mesmo como vc assinalou "have you ever been, to electric ladyland" cantado em falsete e a guitarra fazendo um fundo com muito efeito.

    Estou vendo os anos 70 numa viagem no "túnel do tempo", um dos seriados favoritos daquele tempo.

    Alvin Lee foi outro que ouvi pela primeira vez no woods. " I go home by helicoptear..."

    Lembranças me voltam agora. Viet Nam. Nixon chegou a fazer um comentário sobre aquele solo do Hendrix em woods. Ainda vou achar isso.

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