CAI A NOITE

Sou o espectador o ator e o autor 
Sou a mulher o marido e o filho 
E o primeiro amor e o derradeiro amor 
E o furtivo transeunte e o amor confundido 

E de novo a mulher seu leito e seu vestido 
E seus braços partilhados e o trabalho do homem 
E seu prazer em flecha e a fêmea ondulação 
Simples e dupla a carne nunca se exila 

Pois onde começa um corpo 

ganho eu forma e consciência 

E mesmo quando na morte um corpo se desfaz 
Eu repouso em seu cadinho 

desposo o seu tormento 
Sua infâmia me honra o coração e a vida. 

Paul Eluard

Em homenagem ao Dia dos Namorados, e aos leitores do Cai a Noite que gostam dessa particularidade de nosso calendário, 
os poemas, até dia 12, terão trilha sonora...


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