CAI A NOITE


A tua imagem me enfeitiça
Ainda sem tua presença, cedo às tuas vontades
todas, qualquer uma que queiras. 
Não me pertenço, a mim
Mas a ti

São teus braços que quero a enlaçar-me a cintura
É a tua boca que espero a colar na minha
Tuas mãos a percorrer-me e a dedilhar-me, os teus dedos
São teus olhos que espero a guiar-me
De volta para teu desejo

A tua ausência me preenche
Ainda, agora, hoje, só ela se faz presente
Nada, em ti me subtrai
Não me entristece, a mim
Nem o teu silêncio

É teu o meu
querer, saber, sabor, odor
fogo, sorriso, dor, gozo
cores, cortes, suspiro. O cansaço
Meu respirar, é teu
Meus olhos, fechados.

Não mais ouço, eu ouso
Eu tremo.
Não mais me pertenço,
a mim. Mas a teu
Pertencer-me.

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