CAI A NOITE

Este é o papel singular da alegria 
a lei errante do país 
é o maior dos silêncios. 

Caminhei por entre rios pontos de água 
estações de novembro 
pequena razão dos ventos da manhã. 

Não trafiquei não porque seja forte 
mas porque falo da alegria do estar sobre vós 
nestes pontos de água 
na acidez da flor 
neste país frequentado 

algumas coisas nunca mudarão. O rigor 
da luz torna invulnerável o desejo de perder 
esta pressa de verão. 

Algumas coisas serão sempre as mesmas: manhã 
encosta o teu ouvido sobre a porta escuta 
era a voz os cavaleiros roubados a Ucello 
longínquos. 

(Profanamos a casa não o corpo 
esta forma desenhada ruga a ruga 
esta cor amarela sobre a praia.) 

João Miguel Fernandes Jorge

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