ESTADO NÃO TEM DIREITO DE FAZER DE MIM UMA VÍTIMA

"Ao se preencher o silêncio eloqüente das LEIS com o grito ensurdecedor 
da militância esquerdistamente correta, escancara-se o arbítrio." (BSchopenhauer)



Na BR 060, rodovia de intenso movimento que liga Brasília à Goiânia, havia um trecho conhecido como "Sete Curvas". Considerado muito perigoso, eram 6 km de curvas fechadas, proporcionando ocorrência elevada de acidentes, normalmente de média para alta gravidade. O trecho em questão não existe mais. Sofreu um desvio, há cerca de dois anos, diminuindo o número de curvas, além de torná-las bem menos acentuadas. No entanto, foram décadas de mortes. Nos últimos oito anos de existência das "Sete Curvas", foram registradas cerca de 200 mortes, apenas naqueles 6 km. Era comum ouvir de amigos e/ou familiares, ao pegar essa estrada: "cuidado 'com as' Sete Curvas!". Eu respondia, sempre, que nenhuma curva iria me atacar. Curvas, por si, não representam perigo. Perigosa é a forma como o motorista conduz seu veículo nelas, sabendo que isso requer mais atenção. Mesmo com alto número de acidentes - e mortes - em consequência da imprudência ao volante, jamais se cogitou, por tamanho absurdo que seria, proibir a venda de carros, tampouco sua condução por pessoas legalmente habilitadas. 

A campanha pelo desarmamento da população, relançada com o tradicional falatório do desgoverno nessa última semana**, é exatamente como a frase grafada no imaginário popular com o devido erro de construção linguística: "cuidado com as Sete Curvas". A propaganda pelo desarmamento pretende incutir, pela hábil manipulação da novilíngua esquerdistamente correta, a ideia de que uma arma de fogo, por si, seja perigosa. Prega que armas representam risco de vida - ou de morte, de acordo com o padrão politicamente correto adotado pelos meios de comunicação - para qualquer pessoa. Assim como as Sete Curvas, que, por sua essência, não "atacavam" ninguém, uma arma sozinha não dispõe de vida, não sai mundo afora levitando pelo ar, atirando ao deus-dará. Assim como para morrer nas Sete Curvas era preciso existir um motorista que dirigisse o carro com imprudência e/ou imperícia, para ser vitimado por uma arma de fogo, é necessário dar de cara com uma mão que acione o cão. Traduzindo: alguém precisa manipular os objetos inanimados, tanto faz se é carro numa curva ou um "trezoitão" Smith & Wesson - conjugando, na prática, o verbo agir. É a ação do homem que causa o que quer que seja. 

Ao promover campanha pelo desarmamento da população, obviamente com a garantia do repasse de milhões de reais não previstos no O.G.U, sob a administração a fundo perdido de Seu Ministro da Justiça, esse desgoverno das Trevas III pretende, como manobra pública, revogar o resultado do plebiscito recente, onde os brasileiros rejeitaram a proibição da venda legal de armas. O objetivo, no entanto, é tão somente mais um exemplo do padrão petista-esquerdista de desgovernar estepaiz: o uso da distorção como método. O gabinete de dona presidente e o Ministério da Justiça, ao centrarem esforços na falácia de tal campanha, escondem sua incompetência: fingem trabalhar, gastam recursos públicos com o gogó da propaganda do bem comum, livrando-se de fazer o devido por um governo sério e competente: planejamento e execução, com eficiência, de ações definitivas de segurança pública, com tudo o que medidas dessa monta implicam, inclusive, gestão de recursos humanos [das forças policiais], operações de combate ao crime nas ruas, celeridade na investigação e no processo judicial, rigor na aplicação das leis, endurecimento da punição dos bandidos e fim de benesses promovidas pelas brechas legais que favorecem a soltura dos criminosos. 

Todos os dias somos bombardeados (com trocadilho, por favor) por notícias de tráfico de armas e drogas pelas fronteiras, que não são combatidos pelo desgoverno. Desaparelhamento das polícias, falta de pessoal, de preparo, de planejamento e de ações conjuntas entre as diversas forças de segurança pública, facilitam a chegada de todo tipo de drogas para bem perto de nossos filhos. A facilidade com que qualquer bandido "pebinha" compra uma arma ilegal, contrabandeada via Paraguai e que tais pelas grandes organizações criminosas que se fortalecem a cada dia, faz com que uma simples ida à padaria, represente para um pai de família o risco de voltar para casa em um paletó de madeira. Ao desgoverno destepaiz, falta, além da vontade, a capacidade de combater o crime organizado, ponto. O crescimento do tráfico nas ruas é caso visível da distorção como método. 

Como todos os programas de "políticas sociais" executados pelo desgoverno [exceto o programa de prevenção de DST/AIDS e Hepatites Virais, mas esse não conta, porque não é do PT, é exemplo para o mundo graças à gestão de José Serra como ministro da Saúde] o PRONASCI, Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, é apenas mais um que enfeita o papel, e dele não passa. Cinquenta mil pessoas são assassinadas por ano nestepaiz. Mas a medida da real "preocupação" do desgoverno das Trevas III com a segurança do cidadão, mantendo bandido na cadeia, pode ser provada, no fim do mês passado, com a publicação no D.O.U. de 29 de abril, do Decreto 7468/11 da Presidência da República, que, registre-se, foi praticamente ignorado pela imprensa genuflexa voluntária. O presente decreto determina a apreensão e consequente devolução para os cofres do Ministério da Fazenda, dos recursos já destinados e depositados para os estados da federação para a construção de presídios. 

Evidentemente, a ordem do Palácio do Planalto pegou os estados de surpresa, sem tempo hábil para apresentação de projetos que viabilizassem a permanência do dinheiro e garantisse a execução da obra. [No caso do exemplo incluído no link anterior, do estado de Goiás, houve reação rápida, e uma ação conjunta do Governo do Estado e Ministérios Públicos Federal e Estadual, conseguiu reverter o "confisco" dos recursos]. O desgoverno subverte a lógica da segurança pública, conforme sentenciou o procurador da República Ailton Benedito em artigo, "mais prisões com condições adequadas para os bandidos, mais garantias de direitos para os homens de bem". Sem presídios para bem "abrigar" os criminosos, as ruas são a serventia da casa, efetivamente. Fazer propaganda de uma segurança pública perfeita ao tempo em que confisca recursos destinados para a área, é prova prática e cabal da distorção como método que nossos esquerdopatas essenciais adoram. E dê-lhe desarmamento da população honesta que não sai matando ninguém a soldo, registre-se. 

Está caracterizada a falácia da campanha do desarmamento proposta como obsessão da militância esquerdista destepaiz. A imprudência dos motoristas nas Sete Curvas, matava. De modo algum se cogitou a proibição da venda documentada de veículos, emplacados e registrados junto aos órgãos de trânsito, muito menos sua posse por parte de condutor responsável, cuidadoso, legalmente habilitado e que jamais tem intenção de se envolver em nenhum acidente. Não obstante, a medida tomada como solução para tornar a BR 060 mais confiável, a modificação daquele trecho, foi correta, e provou-se eficaz, diante dos fatos. Trafegar pela rodovia tornou-se mais seguro, e a viagem, mais tranquila para todos. Sem nenhuma medida efetiva para combater o crime e punir com rigor o criminoso, o desgoverno adota o desarmamento do cidadão honesto, que adquiriu sua arma à luz da lei, documentada e registrada junto aos órgãos de segurança pública. A promoção do desarmamento incide exclusivamente sobre o cidadão que não tem e jamais teve, a disposição de usar a arma para cometer atos ilegais. 

Leia novamente esse texto. Ou releia só o parágrafo anterior. Responda com toda a honestidade: o desarmamento da população de bem é o único recurso eficaz? Apenas uma campanha de propaganda para difundir a doutrinação com muitos outros objetivos afins e ocultos, tem o poder de acabar com os crimes cometidos nas ruas da cidade onde você vive e cria seus filhos? O discurso bonitinho de "sou da paz" tem o poder de parar a ação de um estuprador que invada a sua casa ou sequestre sua filha no estacionamento do shopping? Agora responda, olhando para sua família: você entende o que é se sentir muito mais seguro? 

O estado, "incompetente contra o crime", não tem o direito de fazer de mim uma vítima de sua inoperância, a favor de suas causas que nos legarão à ratoeira. Leia aqui: Desarmamento, a um passo da tirania

**Publicado originalmente em maio/2011, agora acrescido de informações atuais. Pois é. Os absurdos não são recentes, e comprovam minha "teoria dos ciclos: nestepaiz, as desgraças repetem-se eternamente.


Comentários

  1. Cidadão desarmado, Estado forte. Abomino, essa idéia, enoja-me a manobra. Belo artigo!

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  2. Excelente artigo! Eu mesmo gostaria de o ter escrito.

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  3. Nauseante tudo isto.
    I'm bewichted,bothered and bewildered com estas notícias cada vez piores.
    Parabéns pelo artigo!

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  4. E o tal do Fux que disse que poderia achar um jeito de entrar nas casas e pegar as armas? Se puser os pés na soleira da oca, vai testar a pontaria do cacique. Feliz dia das mães.

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  5. E com o massacre de ontem nos Estados Unidos a lenga-lenga só vai aumentar.

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