A PÁTRIA DA LIBERDADE

"A Liberdade precede à vida. 
Sem liberdade, a vida não passa de um conglomerado de átomos."  [Ailton Benedito]

(Desenho sobre papel, 2005. Peguei aqui, ó: Miguel Cordeiro)

Dia da liberdade da Pátria. Quanto se falou, fala e ainda será dito sobre esse tema? Nossa independência, aquela que é tratada nos históricos livros didáticos, é algo tão obscuro quanto é o resto da história do que já foi o Brasil e hoje é estepaiz. Ao contrário de muitas independências mundo afora, a nossa não teve lastro e nem razão, foi um ato de susto cuja consequência causou mais pânico do que solução. Evidentemente que teve seu valor. Mas por falar em valor, aquele que é o norte de qualquer sentido de "independência" é algo ainda muito volátil na prática, por mais que seja possível, ao contrário de "nações amigas" como Cuba, por exemplo, queixar-me de sua relativa fragilidade. Falo da Liberdade, o único valor moral que tem intensidade suficiente para nos dar alguma esperança. E esperança não trata do passado. Independência do Brasil, para mim, hoje, representa apenas futuro.

Opinou BSchopenhauer em seu ensaio Medo é Fome de Quê?: "nestepaiz demencial que se erige no lugar do Brasil, escancham-se os controles, as interferências, as ordens, as proibições desgovernadas sobre as... fobias da cada indivíduo."  Pois bem, a minha fobia maior é do totalitarismo das cavalgaduras petralhas que desgovernam estepaiz. Não tarda, o estado também legislará sobre quais fobias não podemos ter, porque a fobia que o desgoverno das Trevas deseja que todos tenhamos já está decidida: é a fronemofobia: o medo de pensar.

Desde 2002, antes mesmo da posse do desgoverno do Looola, O Expirado, sabíamos nós qualquer um com o juízo em perfeitas faculdades, que ali abria-se a porta para a sanha totalitarista do partido aboletado no Palácio do Planalto, cujo único objetivo é alcançar a dominação do estado e da sociedade, por consequência, dos indivíduos, a fim de perpetuar-se no que dizia combater, o poder, e assim aumentar a fatia das taxas de sucesso em seus bolsos, através da melhor amiga deles, a corrupção.

Dizemos então desde o início dos anos 2000 (para falar a verdade este blog nasceu em 2009 mas em minha encarnação anterior à Velvet, como Deadoc, já dizia web afora) quase todo dia em defesa da garantia dos direitos individuais ante o poder total do estado em tutelar cada cidadão. Por vários meios, e principalmente através do uso da linguagem estupidamente correta, o estado decide o quê, quanto e quando não podemos comer, o remédio que não podemos tomar (supondo que consigamos atendimento via SUS), as bebidas que não podemos consumir. Determina os livros que não podemos ler, como não podemos educar nossos próprios filhos e as propagandas que nossas crianças não podem assistir, para não poder decidir qual biscoito ameaçador ter na despensa. Liberdade para quem, meu bem? Hoje, temos a liberdade total de escolher obedecer o que o estado já determinou como regra. 

Fiz uma pesquisa nos arquivos do blog do que há escrito sobre Liberdade. Não para minha surpresa, é quase tudo que publicamos, porque no fim das contas, é em que acreditamos , lastreamos nossa mente, nosso espírito e como nos conduzimos, a nossa ação. Porque temos algo de Sancho e muito (surpresa!) de Quixote em cada um de nós. "A liberdade é um dos mais preciosos dons que os céus deram aos homens. A ela não podem igualar-se nem os tesouros que encerra a terra nem os que o mar cobre: pela liberdade pode e deve aventurar-se a vida." eternizou Cervantes em sua obra. 

E daí que por falar em obra, um dos primeiros indicativos da caça à Liberdade é a censura de livros. A Mirtes Guimarães, nossa @Marcia1907, ao comentar sobre a censura do MEC imposta à Monteiro Lobato nas escolas sentenciou: "As pessoas ainda não entenderam que democracia é o que garante o direito de expressão, a liberdade para todos. Que é algo que está acima de gosto individual. Que ninguém tem o direito de proibir outrem de ler, ouvir, ver e falar, apenas porque o gosto deste é diferente do outro. O que me apavora é saber que este tipo de raciocínio é o ambiente ideal para que o arbítrio se instale." Coberta de razão! O estado, via governo e seus agentes, abomina a opinião livre, critica quem ousa criticá-lo usando para isso a imprensa - genuflexamente - livre.  Censura Twitter, dicionário e Monteiro Lobato, proibindo a indicação de seus livros nas escolas, porque uma mente livre é uma mente armada, pronta para não se entregar a nada, menos ainda à dominação. 

Liberdade ainda que tarde, conforme máxima grafada na bandeira das Minhas Geraes, é na prática apenas fonema mediante toda sorte de limitações ao indivíduo, à propriedade privada e expressão, censurada pela ditadura do politicamente correto.  De nós, sempre verão a defesa intransigente e sistemática  da liberdade contra a censura. Para nós, quem quiser que escolha ler magos, alquimistas ou valquírias, saramidas ou até crepúsculos! Mas quem quiser que leia Visconde, Emília e Tia Nastácia, Riobaldo e Diadorin, ou Heitor e Andrômaca! Liberdade também para que, afinal de contas, não corramos o risco de morrer ninguém, seja por choque em pau de arara, apedrejamento ou greve de fome em calabouço esquerdista por crime de opinião.

A seguir, então, estão algumas sugestões de leitura de textos do passado sobre esse tema que preocupa-nos faltar em muito próximo futuro: Liberdade.

BRASIL REPRISTINADO (BSchopenhauer) 

 CENSURA EM FRÁGIL DEMOCRACIA (Mirtes Guimarães)


  LEI E LIBERDADE (Bschopenhauer)


  COMO SE DESCONSTRÓI A CENSURA (Regina Brasilia)

A LENDA DA LIBERDADE À ESQUERDA (BSchopenhauer)  

Comentários

  1. "Toda vez que um justo grita, um carrasco o vem calar, quem não presta fica vivo, quem é bom mandam matar" ....
    Versos de Chico Buarque, esse que agora defende o desgoverno da idade das trevas ....
    Eu não me considero um justo, longe disso, sou humano e tenho defeitos ....
    Defeitos à parte, quando gritei denunciando corrupção, logo apareceram os que não prestavam para mandar me "matar" ....
    Em parte conseguiram, pois cai em depressão e nunca mais fui o mesmo ....
    E a vida continua, pois navegar é preciso, viver não é preciso ....
    Feliz Dia da Pátria a todos(as), com os cumprimentos de um ativista contra a corrupção e a favor da transparência em todos os atos da administração pública !!
    @BobWebBB

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    1. Cecília Meireles, Romanceiro da Inconfidência, uma obra belíssima. Parece que Chico musicou esse poema, e acho que ficou no inconsciente coletivo que é dele. Mas é da escritora. A obra faz parte do meu cancioneiro de infância. Minas Cancioneiro Geraes... Beijoca, Bob!

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    2. É verdade Regina, agora que você citou Cecília Meireles eu lembrei vagamente de ter lido algo a respeito dessa música do Chico, "Os Inconfidentes", isso lá pelos idos de 1970 .... Beijoca, Velvet !!

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  2. Interessante são as contradições resultantes desse cerceamento de liberdade. Enquanto o governo petista vê chifre em cabeça de cavalo, o STF dá suporte às chamadas "marchas da maconha", fazendo malabarismo com o art. 287, que versa sobre a apologia. Aliás, pra mim isto foi um ato "legislador" do STF.

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