MENSALÃO: A PRISÃO, AS MULTAS E A CULPA ANCESTRAL


Quando os bandidos condenados do PT foram presos, os não condenados, no Congresso ou por aí, produziram quilômetros de discursos em "solidariedade", que lindo isso! Quem teve câmeras de TV ao seu dispor usou-as, sempre atacando a Justiça (claro) e dando aos ladrões do dinheiro público a aura de heróis da causa. Lotaram veículos (oficiais) para visitar os companheiros na cadeia, romaria que até o Agnelo, governador do DF, fez.

A motivação dessa gente para esses e outros atos pró-bandidagem partidária não é outra senão a culpa coletiva. Todo o PT foi beneficiado com o mensalão. Pagar apoio a aliados e receber de volta algum do caixa 2 para benefício pessoal foi "dano colateral", essa que é a verdade. O mensalão foi arquitetado e posto em prática com o objetivo de dar sustentação à presidência de Lula, e aí, sim, garantir através das votações no Congresso, outras séries de benesses e mais oportunidades de perpetuar o ciclo perverso da corrupção. Portanto, repito, todos do PT foram beneficiados pelo esquema. Com a prisão dos operadores do mensalão, restou-lhes a culpa "ancestral". 

O modo de agir em bando - apenas no discurso e não na prática - é bem típico do petismo. E exatamente nesse ponto faltaram duas coisas práticas cruciais: nenhum dos petistas tão beneficiados no esquema foi dormir uma noite sequer na prisão - em solidariedade. Cadê Suplicy e seu cobertorzinho, como fez em Pinheirinho? Imagina, se algum dos petistas discurseiros o faria! A outra coisa que falta - por enquanto - é a solidariedade com o bolso. Os ladrões petistas que estão presos - e Genoíno que consegue escapar da cela por uma moleza quase irresponsável do STF - acreditam piamente na moral da Ética 2, aquela que eles desenvolveram para justificar que não roubam para si, mas para promoverem o bem maior (do PT). Daí porque chegou a hora de "o bem maior" - o partido dos ladrões e os seus companheiros solidários - provarem-se amigos dos amigos. Paguem as multas!

Não tenho problema algum em defender essa tese do pagamento solidário: de qualquer forma que for feita a quitação da multa que a Justiça cobra dos corruptos, o dinheiro usado não será fruto de outro trabalho que não seja aquele que tiveram para esquematizar a corrupção.

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