INFLAÇÃO: DILMA AVANÇA SOBRE O SEU BOLSO


Prepare-se para uma avalanche de reajustes que afetam a todos indistintamente: em uma semana, foram anunciados dois reajustes de tarifas controladas, remédios, água e esgoto. Os combustíveis e passagens de ônibus também vão receber aumento. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), conhecido como inflação do aluguel por ser usado como referência para o reajuste de contratos de locação de imóveis, avançou 1,67% em março, depois de subir 0,38% no mês anterior, conforme divulgado nesta sexta, 28, pela Fundação Getúlio Vargas. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), usado no cálculo do IGP-M, registrou variação de 0,82% em março, ante 0,70%, em fevereiro. A principal razão para esse resultado foi a inflação no grupo alimentação, que saltou de 0,49% em fevereiro para para 1,55% agora, ou seja, subiu três vezes mais. 

Além da ameaça de racionamento, antes negada e agora admitida oficialmente pelo ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, o Banco Central informou nesta quinta-feira, 27, que a previsão de reajuste das tarifas de energia elétrica para 2014 é de 9,5%, desmentindo a presidente da República que usou cadeia nacional de rádio e TV (em um dos seus pronunciamentos eleitorais gratuitos) para enganar o consumidor dizendo que a conta de luz ficaria mais barata. A previsão para 2015, caso essa aí se reeleja, é de um aumento superior a 20% para ter banho quente no banheiro e água gelada na cozinha dos brasileiros.

O mesmo Banco Central também elevou a projeção de inflação para 6,4% até setembro. A conta é que o Brasil terá este ano uma inflação 38% acima do limite máximo de 6,5% estabelecido como compromisso pelo governo. O mercado, porém, afirma que a inflação estourará a meta acima dos 40%. Junte-se a isso alguns outros cenários pertinentes mostrados nesta semana: Petrobras, Banco do Brasil e Eletrobras valem 52,8% menos desde o início do governo. Falando apenas da Petrobras, (vítima do escândalo de Pasadena que graças à ação destemida e rápida da oposição capitaneada pelo senador Aécio Neves, ganhou uma CPI para investigar o prejuízo de mais de 2 milhões de Reais protagonizado pela presidente Dilma): antes a 12ª maior empresa do mundo, passou a ocupar o 120º lugar na lista. A gestão Dilma Rousseff causou prejuízos às principais estatais do país e a derrocada da maior delas.

Não foi a toa nem por capricho que uma das maiores agências análise de risco mundiais informou aos investidores que o Brasil oferece mais perigo aos seus investimentos. O país não tem uma política econômica digna de ser denominada assim. Não tem planejamento e nem execução. Hoje mais do que nunca, o crescimento econômico do Brasil é total dependente da China, que nos exporta produtos industrializados com todo padrão xing-ling de qualidade e importa commodities em grande quantidade, principalmente minérios e produtos agrícolas. O agronegócio é, todos sabemos, o responsável pelo PIB não ser negativo. O grande problema para essa relação bi-lateral que ainda funciona, é que os chineses estão comprando tantas terras quanto possível na África e não tardarão a produzir lá a sua comida, parando de importar do Brasil, que, aliás, lhe cede tecnologia de ponta para produção agrícola. Está criando um monstro que vai lhe quebrar as pernas a médio prazo. Mas, por tal dependência que há hoje, não pode abrir mão dessa "parceria". 

Não há, no governo de Dilma Rousseff (quando o correto seria chamar desgoverno), nenhum sinal de interesse e capacidade para criar medidas que garantam a independência econômica do Brasil. É necessário aumentar os investimentos - a taxa de poupança - e a produtividade. É preciso atrair capitais externos, coisa que o governo do PT é incapaz de fazer porque a demagogia que vem desde Lula nos atrasou 12 anos com o discurso anti-privatização, mesmo promovendo-a sob o apelido de concessão: a incompetência é tamanha que os investidores não entram com tudo e muitos dos leilões promovidos fracassam, como no caso de várias rodovias. Este é, a propósito, o debate que a oposição deve liderar na campanha presidencial, protagonizando as soluções óbvias contra o populismo lulodilmista que levam o Brasil à ruína.

Sem nenhuma atuação contundente, convincente e efetiva, não há sinais de que o governo queira e consiga frear o avanço da inflação sobre o bolso do brasileiro. Porque o seu ministro da Fazenda, Guido Mantega, simplesmente não sabe o que fazer. E Dilma não sabe o que fazer com Mantega. Ele é a herança maldita que herdou do Lula, e demiti-lo seria admitir publicamente isso. Mercadante bem que almeja a vaga de Mantega desde sempre e é o fantasma que assombra o ministro, pois é o interlocutor preferido da Dilma. Evidentemente que trocar Mantega por Mercadante tampouco significaria alguma solução. 

Nos próximos meses o avanço sobre o bolso de cada um se tornará mais evidente, com a chamada "inflação da Copa". Os preços terão uma elevação não apenas grande como não será gradual, mas da noite para o dia. E evidentemente que permanecerão elevados após terminado o campeonato mundial da Fifa, em pleno período de campanha eleitoral. A propósito disso, não me furtarei em afirmar que a cada rodada de pesquisas até setembro o mercado financeiro reagirá com a euforia demostrada nesta quinta, 27, com a maior alta da Bovespa em 7 meses e queda acentuada do dólar. Os investidores se animam com a possibilidade da tragédia do governo petista não se repetir por mais 4 anos. A inflação que nos castiga é, por isso mesmo, mais que uma casca de banana no caminho da Dilma. É uma bananeira inteira, regada pelo mesmo dragão que Dilma engorda no Palácio do Planalto.

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