MARINA: A VOLTA TRIUNFAL À ESQUERDA

Nós, eleitores mortais comuns, temos apenas as pesquisas publicadas como base sobre os rumos da eleição presidencial. As campanhas, no entanto, isso é sabido, possuem um sem-número de formas de acompanhar o humor, a intenção, a vontade e a mudança de vontade do eleitor. Alguns comandos dispõem de bons analistas para projeção de cenário. Essas avaliações são consistentes, pois, sem divulgação, não há interesse algum em mascarar cenário real. E é fundamental que assim seja para reordenar, rearranjar, reescrever e reconduzir os caminhos da campanha de cada candidato.

Nesses tempos de atuação intensa das campanhas nas redes sociais, alguma delas, como na da Dilma, que é PT, e da Marina, que está Rede/PSB sendo PT 2, há o costume pouco produtivo e bastante desonesto, como é da natureza deles, de lançar boatos com "internas". Pesquisas internas que vazariam para perfis desconhecidos de 200 seguidores? É, ninguém acredita. Mas os partidos têm, sim. E é por causa delas - e não das recentes Ibope e Datafolha que já mostram ligeiramente a tendência - que Marina Silva mudou bastante nos últimos dias - apesar do chororô por "Lula Eu Te Amo Mas Você Quis a Dilma" e do mentiroso argumento "Passei Fome Na Fartura Da Amazônia". Sua campanha promoveu dois realinhamentos distintos e complementares.

Sabendo que a queda apontada pelas pesquisas públicas (apesar da omissão produtiva da imprensa que, alguns dos seus membros, tem acesso às internas) é consolidada há cerca de 10 dias, e que a tendência é que não pare mais de cair, já que é uma queda contínua e sistemática, Marina partiu para o ataque para cima de Dilma Rousseff. Não ataque, imagina! A reação de uma pura Ungida que jamais se contaminou com a Velha Política e paira acima de todos está sendo vendida como "comentar com ironia", algo que é sempre positivo. O segundo ajuste, e que tem a ver com o primeiro é que a campanha tratou de colocar Marina de volta às suas raízes mais profundas no terreno das esquerdas, por exemplo, abandonando completamente o suposto liberalismo econômico que usou no início para ludibriar o mercado financeiro, os empresários, agricultores e aqueles eleitores mais interessados na inflação e no desenvolvimento do país do que em casamento entre homossexuais. 

Apesar da propagandeada (e suposta) guinada à direita liberal, o que é incoerente com uma radical marxista da luta armada, fundadora da CUT no Acre e defensora do governo Lula durante os escândalos das mortes de Celso Daniel e Toninho, do mensalão do Zé Dirceu e outros mais, nesses últimos 10 dias em que a sua intenção de votos diminui intermitentemente, Marina mudou sem medo de ser feliz. Tratou de defender medidas ultra-populistas e caríssimas, pagas pelo contribuinte, como internet gratuita para todos, o passe livre no Brasil inteiro, reivindicação dos extremistas Black Bloc que lhe deram sustentação nos "protestos" de 2013, e até um desvio obrigatório de percentual do OGU para subsidiar cineastas e produtores que não têm público para pagar por sua "arte" porque ninguém paga pra ver ou adquirir o que é muito ruim. Declarou em grande estilo criar mais um imposto para taxar os que têm maior renda, como se o Imposto de Renda já não fosse quase 30%. E a cereja do bolo que Marina fez questão de tornar pública, apesar de já constar no tal Programa de Governo, no debate da CNBB.

É um desejo antigo do PT, promessa de décadas à sua militância armada, o MST - que nem Lula nem Dilma tiveram coragem de implantar - que o índice de produtividade das propriedades rurais seja revisto para cima, de forma a tornar milhares de propriedades produtivas de todos os tamanhos (pequenininhas, inclusive) como áreas improdutivas para que possam ser dadas de presente aos invasores do MST por Marina. São 85 mil famílias de invasores de propriedade, mais os defensores deles que abundam entre os "intelectuais", que ela certamente ganha ao escancarar em público o que já estava no Plano de Governo que, na verdade, ninguém leu.

A avaliação, para esse retorno triunfal à extrema-esquerda, é que é preferível que Marina sofra o desgaste de mudar toda hora de opinião. Na visão marinista tal desgaste seria disfarçado, abafado pelo auxílio luxuoso da imprensa que lhe tem por queridinha da hora, que não terá coragem de apontar para o eleitor as suas incoerências, que remontam às bases fundamentalistas que lhe garantiram o acordo com o líder religioso Malafaia. 

No quesito casamento gay, tornou-se contra ao voltar atrás da posição original no episódio dos tweets daquele pregador-político. Mas passou a defender, neste período de decadência nas pesquisas, a adoção de crianças por parceiros homossexuais. Não pode casar porquê é pecado mas pode adotar e criar uma ou mais crianças sob este (para a religião) pecado! Também abandonou o discurso de ser contrária ao aborto utilizando-se do melhor estilo baba de quiabo. Estabelecerá que os "Conselhos Populares" do decreto bolivariano de Dilma que ela defende, convoque plebiscito para que os outros decidam se pode-se matar bebês no útero ou não, tal como o povo decidiu diante de Jesus e Barrabás, quem morreria. Marina Pôncio Pilatos Silva. Lava as mãos, o que agrada às redações lotadas de progressistas que mantém firme o atraso sustentável do país.

Tudo o que os estrategistas querem neste momento é que o eleitor esquerdista não troque Marina por Dilma, deixando a representante da "Nova Política" que militou na Velha por 30 anos de PT, aquela que Beto Albuquerque, o seu vice, garantiu que também governará com o PMDB, onde é o seu devido lugar: bem de fora do segundo turno.

Ilustração do post: Uma Marina Por Dia

Comentários

  1. Estou nauseosa. Argh!

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  2. Olá Regina, boa tarde!
    Parabéns pelo texto, está muito bem caracterizado o viés esquerdista da Morena da Selva.
    É uma pena que restem apenas 15 dias para as eleições, temo que não haja tempo para o Aécio Neves tomar a dianteira de Marina, mas estamos trabalhando para isso.
    Vamos em frente !!
    Abraços !!
    @BobWebBB

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