FIM DE TARDE
A Serenata
(Adélia Prado)
Uma noite de lua pálida e gerânios
ele virá com a boca e mão incríveis
tocar flauta no jardin.
Estou no começo do meu dessespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito e exprobo
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
- só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela,se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?
ele virá com a boca e mão incríveis
tocar flauta no jardin.
Estou no começo do meu dessespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito e exprobo
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
- só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela,se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?
Fuga pela esquerda: consulte a conta bancária, raramente dá erro.
ResponderEliminarEca, virei o bicho mais materialista da terra, nem poesia está me emocionando.
A questão, deste lado de cá, é apenas metafórica: abrir janelas que estavam fechadíssimas, mesmo sabendo que... bem, deixa pra lá!
ResponderEliminarDe que modo vou abrir a janela,se não for doida?
ResponderEliminarEmpurra com as 2 mãos, pra não ter erro.
No mínimo, vai entrar uma brisa nova!
minhas janelas permanecem abertas 24/7...
ResponderEliminarEssa é das minhas...
ResponderEliminar"Deus é mais velho que eu, e não é jovem. Isso sim é consolo".