TUDO CONTRA REELEIÇÃO DE DILMA: É CARVILLE, ESTÚPIDA!


O Ibope realizou, em julho, uma pesquisa contendo avaliação da população (baseada na estratificação eleitoral) sobre expectativas econômicas. É um estudo para levantar o sentimento do consumidor em relação a fatores que afetam a sua decisão de compra. Através deste estudo, será elaborado o INEC - Indicador Nacional de Expectativa do Consumidor, da CNI - Confederação Nacional da Indústria. 

Análise de sentimento da população é fundamental em qualquer estudo que envolva expectativas econômicas. O que se espera, aquilo que o consumidor/eleitor projeta para o seu próprio futuro tem muito a ver com a forma como ele se vê no presente, e como vê tudo o que o cerca - e que o afeta - neste tempo presente, inclusive as decisões políticas do governo. É o valor imaterial - a confiança - o elemento chave para o desenvolvimento econômico e social de qualquer nação, que Alain Peyrefitte esclarece em Sociedade de Confiança. No Brasil, reina a sociedade de desconfiança, claramente: o desenvolvimento não se faz, recursos são desperdiçados, pessoas seguem na miséria perpetuada por ações inócuas de um governo de propaganda e a vida torna-se sofrida e violenta. Uma coisa puxa a outra. No Brasil impera o medo, a dúvida e uma angústia cotidiana; as casas tornam-se prisões autoimpostas, pois o simples ato de manter abertas portas e janelas ou andar à noite pelas ruas das cidades transforma-se em atitude perigosa, e as cidades deixaram há muito de ser espaços públicos usufruídos por adultos e crianças.

Na sociedade de desconfiança, a população não acredita nas autoridades, não confia no governo e não espera que a Justiça funcione; os serviços governamentais são eivados de ineficiência e a corrupção é elevada. Nessa sociedade, a pobreza e a violência urbana continuam, pois o crescimento econômico e a produtividade do trabalho, tão necessários para romper o atraso social, não passam de uma promessa jamais cumprida. É o retrato cíclico do Brasil.

Na campanha de Bill Clinton à presidência dos EUA, seu marqueteiro James Carville cunhou para a eternidade a frase "É a economia, estúpido!", que se tornou, a partir de então, mantra de qualquer campanha eleitoral pela obviedade simples, crua e real que carrega: quando a dificuldade financeira entra pela porta, o amor de qualquer eleitor pelo seu governante foge pela janela mais rápido do que um dia adentrou.

Não é a toa, portanto, que a protagonista da primeira pergunta do estudo realizado pelo IBOPE sobre a confiança do consumidor é ela, a inflação. Levando em conta a situação do país apenas nos últimos 6 meses, a soma dos que acham que a inflação vai aumentar e vai aumentar muito é de 60%. Por outro lado, 55% não acreditam que sua renda vá mudar - não existe confiança na melhora de vida. Outro número que diz muito da desconfiança da sociedade brasileira é sobre desemprego. Para 44%, nos próximos meses o desemprego vai aumentar ou aumentar muito. Apenas 11% pensam que o desemprego pode diminuir, o que é um número alarmantemente baixo, mas coerente com a situação do país da Dilma. Visto isso, também não é a toa que as pesquisas eleitorais, de qualquer instituto sob qualquer metodologia, apontam em torno de 70% o número de brasileiros que querem mudança na condução das decisões governamentais que afetam o seu dia-a-dia. 

O governo petista, desde Lula até esses anos de Dilma, é populista e demagogo, o que, via tutela, custa caríssimo. Não se combate demagogia com demagogia. Não existe demagogia do bem, então, quem pretende vencer um demagogo só poderá fazê-lo com a garantia de que partirá para ações e não para mais conversa fiada. O governo Dilma perdeu tanto a mão que se mostrou incompetente até na demagogia, uma vez que a única medida que vem tomando para sustentar o discurso populista é fazer alguém (nós) pagar muito, através do aumento de impostos, das tarifas públicas, e do descontrole cambio-inflacionário. Um exemplo é o caso da desoneração (demagógica) da energia elétrica que, a propósito, não apenas garantiu um aumento de cerca de 20% da tarifa de energia como também está quebrando as empresas do setor. 

Somente há demagogos porque há demanda por demagogia e esta é combatida com a oferta de propostas realistas. Elas estão lá, no fator confiança da sociedade. É preciso construir novamente o sentimento de confiança através do resgate de valores, compromisso com a democracia, recuperação da credibilidade e da responsabilidade públicas. 

A recuperação da credibilidade e responsabilidade com a coisa pública passa obrigatoriamente por reverter o ciclo perverso que o PT nos imprimiu: a manutenção do seu poder através da corrupção. Corrupção também tem a ver com confiança, porque trata-se de traí-la, essencialmente. Um governo corrupto sequestra a possibilidade de futuro, desviando suas riquezas para os bolsos particulares ou para os cofres do partido, como ficou bem claro no Mensalão. Essas riquezas desviadas nunca são produzidas pelo governo, que não produz bens, alguns produzem apenas ideias. Quem produz é o pagador de impostos, e a corrupção é traição do governo e dos governantes contra o pagador de impostos. 

Não se constroem verdades em cima de mentiras e em cima de mentiras não há o estabelecimento da confiança. É Peyrefitte, mas sobretudo é Carville, Dilma, e você deve, ao passar a faixa presidencial ao seu sucessor em janeiro de 2015, lamentar sua incapacidade de perceber isso. Dilma Rousseff jamais foi capaz de delegar ao país uma política econômica diferente da que Guido Mantega, herança maldita de Lula da Silva, impõe. Não há como, portanto, que uma análise apurada e global do cenário político-eleitoral, seja numa planilha de pesquisa ou no bolso de cada um na hora de passar pelo caixa no supermercado, mostre-se favorável à reeleição de tamanha incompetência - e traição.

Comentários

  1. Amiga, como eu amanheci dizendo: A reeleição da anta já saiu pelo dentifrício, começou devagar, devagar, mas a cada aperto ela sai com mais rapidez. Agora, só se for fraude.

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