PROGRESSÃO CONTINUADA E A DISTORÇÃO COMO MÉTODO
Desde 1996, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), as redes de ensino começaram a adotar o ensino por ciclos e a progressão continuada dentro deles: os estudantes devem obter as habilidades e competências em um ciclo que, em geral, é mais longo do que um ano ou uma série. Como, dentro de um ciclo, normalmente, não está prevista a repetência, mas sim a recuperação dos conteúdos por meio de aulas de reforço, usa-se o termo progressão continuada. É uma tentativa de regularizar o fluxo dos alunos ao longo dos anos na escola, superando o fracasso escolar das altas taxas de reprovação.
No país, de acordo com o senso escolar de 2009, 25 de cada 100 escolas oferecem a progressão continuada. No estado de São Paulo, que tem a maior rede de ensino do Brasil, 99 a cada 100 escolas oferecem ensino com ciclos, adotado há mais de 10 anos. Essa semana, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo iniciou a discussão das mudanças na progressão continuada com os profissionais da rede, fato que motivou reportagem sobre o tema no Bom Dia, Brasil desta sexta-feira.
A progressão continuada é alvo de polêmica entre os envolvidos no processo educacional, e é sistematicamente atacada pelos sindicatos de professores. Foi alvo de campanhas virulentas por parte daquela "organização" de professores paulistas, a APEOESP, o sindicato estadual a serviço do PT que se diz defender a educação, mas para ser coerente com a incoerência da esquerda, queima livros na rua.
Na reportagem do Bom Dia, Brasil, foi dito que o MEC passou a adotar a progressão continuada. São as tais coisas que o desgoverno faz por decreto e que ninguém nem nota. O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou, no final de 2010, novas diretrizes curriculares para o ensino fundamental – 1ª à 9ª série. A Resolução do CNE, publicada no Diário Oficial de 14 de dezembro de 2010, recomenda que as escolas não reprovem nenhum aluno até o 3º ano.
Na campanha eleitoral do ano passado, a hoje presidente, chefe do Haddad, que continuou ministro, afirmou categoricamente ser contra a progressão continuada, durante o debate da TV Bandeirantes, em 5 de agosto. A então candidata do PT defendeu o fim do mecanismo que leva à aprovação automática no ensino fundamental. “Nós temos de romper com aquela prática da progressão automática do aluno”. Disse que o mecanismo “é responsável por colocar o professor num sistema sem saber se o aluno tinha aprendido ou não”. Ora, naquela ocasião, ela nada mais fez do que emprestar ares solenes às virulentas manifestações da APEOESP, que estavam em pleno curso contra o candidato tucano à Presidência da República, José Serra.
Santa incoerência, Batman (bem a propósito por causa disso aqui)! A resolução do MEC vai em sentido contrário ao que dona presidente afirma defender. Na visão do CNE, a reprovação nos primeiros anos da vida escolar funciona como complicador à alfabetização. A resolução foi homologada pelo ministro da educação. E não vi nenhum ataque a isso, por parte de ninguém da base do desgoverno. Muito menos pela APEOESP.
O MEC do ministro Haddad tem sido um dos terrenos mais profícuos em confusões do desgoverno do PT. Falhas infinitas no ENEN/SISU, polêmica nos kits-homofobia, distribuição de máquinas de preservativos nas escolas públicas, cartilhas de iniciação sexual... É tanto bafafá cultivado ali que nem é mais terreno, já é um latifúndio de lambanças. E como no resto da Esplanada petralha, um canteiro de incoerências. É a distorção o único método eficaz adotado pela esquerda que nos desgoverna.
Arquivo:
Essa mania do PT comparar tudo com São Paulo é enervante, além, lógico, de faltar com a palavra com as promessas de campanha.
ResponderEliminarComo o texto destaca, as falhas na educação são graves e afetam a sociedade de modo irreversível.
O discuros é a distorção.
Excelente texto!
ResponderEliminarQuerida regina.
ResponderEliminarPassando para minha dose diária.Belo texto e meus parabens pela lucidez com que escreve.
Complementando o pequeno comentário feito no twitter e citado acima pela Adriana; chega a ser revoltante essa coisa dos petralhas ficarem criticando o que acontece em São Paulo até que resolvam copiar.
ResponderEliminarA progressão continuada é só um dos temas.
Se chove no Rio é tragédia; se chove em São Paulo é descaso.
Os escandalosos da APEOESP deveriam ser surrados no MASP onde gostam de fazer seus auês.
Ótimo texto, assim como todos os outros que li nesse blog.
ResponderEliminarGanhaste um per"seguidor"!!!
ResponderEliminarParabéns!
O que é bom, é para ser copiado, diz a máxima popular, mas em se tratando de PT, eles copiam o que é ruim. Não acredito que a promoção automática, ou seja lá que nome se dê, é um bem para a educação. É, antes, um bem para as estatísticas. O mundo vai saber que nossos alunos são mais inteligentes que os do resto do mundo, já que ninguém reprova. Não reprovando, não se desistimula; não perdendo o estímulo não evade-se da escola, sem contar que existe uma Bolsa Família e uma alimentação escolar para ajudar a manter o aluno matriculado. Bom, se frequenta ou se aprende, aí é outra história.
ResponderEliminarO PT adotar essa prática nefasta a nível nacional é apenas a comprovação de que se é ruim para o Brasil, é bom para o PT. Como educação é investimento a longo prazo, logo, logo a conta chegará para o país pagar pela piora crescente da qualidade da educação.
Só conheço o sistema 'estudou, passou de ano', porque foi assim que aprendi na escola.
ResponderEliminarSe a progressão continuada faz sentido ou não, deixo a discussão para os educadores.
Particularmente prefiro o sistema antigo. E incluiria aí, o retorno do Magistério, nível médio, para o ensino das crianças até a 4a. série. Professores jovens têm mais facilidade para interagir com os pequenos.
Pedagogos só para orientar os professores.Mas o lobby das faculdades impede o retorno daquela professorinha jovem - que pena.
No mais, o tema é complexo.
Parabéns, São Paulo, por sentar-se à mesa com os professores para esclarecer assunto tão importante para as nossas crianças.
E, parabéns, Regina.
Traga mais novidade à respeito.
Eu fiz magistério. Nunca atuei em sala de aula, apesar de ter cursado História e Letras na universidade. Mas concordo totalmente com o Anônimo das 19:35.
ResponderEliminarNão fiz, neste texto em particular, nenhum juízo de valor sobre a progressão continuada. Pessoalmente, não gosto dela. Em todo caso, o que não posso admitir é que algo absolutamente criticado pelo PT seja adotado pelo...PT! E mais, sem nenhuma reação, seja por parte dos petistas - e em particular, dos sindicatos da categoria - nem mesmo pela imprensa.
ResponderEliminarPelo Twitter, fui informada que saíram críticas sobre a adoção da progressão pelo MEC, no jornal O Globo, na seção Opinião. Não encontrei, on line. Se alguém tiver o link, pendure aqui, por favor!
Sem educar nao vai haver futuro para o Brasil . O que vamos ver no futuro e o que estamos vendo agora .
ResponderEliminarDiplomados analfabetos .
Para aqueles que conseguem o diploma tudo bem , mas na hora que eles tem que mostrar o que aprenderam competindo com aqueles que realmente estudaram e aprenderam e que estao preparados ,a unica saida vai ser o QI ( quem indica ) se algum deles possuir . Melhor seria se as escolas fossem publicas , integrais e obrigatorias do Jardim-
de-Infancia ao Segundo Grau , com uma educacao e educadores de alto nivel . Sonhar e permitido ....
Bom tema ! Parabens por traze-lo a tona ..
Quanto mais os professores fazem cursos de "reciclagem" e que outros nomes tenham, menos eficientes se mostram ao repassar o conhecimento. Fico com anônimo 18/02/11 19:35. Professores não tinham que ter trocentos cursos de formação. Tanta pedagogia, tanto tudo e falta o principal, que é didática. Por outro lado, se o professor não tiver vocação e habilidades, pouco adianta mergulhá-lo em cursos. Isso sem contar com aqueles alunos que brigam por décimos em suas notas. Isso já ensina a criança e o jovem a serem persistentes. No meio de tudo isto tem muito mais do que apenas Ensino. No mais, ninguém quer mesmo resolver nada.
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