VOTO: CASAR COM A DEMOCRACIA, TRAIR COM A DITADURA
Por BSchopenhauer
Onde está o homem está o perigo. Pode-se compreender essa a máxima que explica o homem, em todas as suas dimensões. São existenciais, intrínsecos à sua essência, os perigos de nascer, de viver, de morrer. São acidentais, adstritos às suas circunstâncias, os perigos de agir e se relacionar.
Onde está o homem está o perigo. Pode-se compreender essa a máxima que explica o homem, em todas as suas dimensões. São existenciais, intrínsecos à sua essência, os perigos de nascer, de viver, de morrer. São acidentais, adstritos às suas circunstâncias, os perigos de agir e se relacionar.
Interessam, aqui, os perigos acidentais, a partir dos pressupostos que os dirigem: consciência e a vontade de agir e se relacionar. O agir e o relacionar humano, de forma responsável, dirigem-se pela consciência das suas causas e seus efeitos, dos seus motivos e das suas conseqüências, e pela vontade de concretizar... os perigos. Compreende-se, assim, a autocolocação do homem em situação de perigo.
No mundo político, especialmente nas democracias representativas, o homem comum, o “homem da rua”, ordinariamente, se autocoloca em situação de perigo, escolhendo, consciente e voluntariamente, para o governar, aqueles de mais baixa estatura intelectual, cultural e moral. São esses mais propensos a subverter a representação; casam com a democracia e traem-na com a ditadura.
É o que sucede nestepaiz. O homem comum, “o homem da rua”, a cada quatro anos, é convocado a se expor a perigo, consciente e voluntariamente, selecionando e sufragando seus governantes. Nessa ocasião, usando o “dedo podre”, escolhe os piores; depois alega que é o último a saber, desavergonhadamente.
(Ilustração: The Abduction, de Paul Cézanne)
Publicado originalmente em março/2011
Publicado originalmente em março/2011
CASANDO COM A DEMOCRACIA, TRAINDO COM A DITADURA... e curtindo orgias sem fim com os mais nauseabundos "ISMOS" que perambulam pelas ruas da devassidão política.
ResponderEliminarSó tenho dúvida se a "consciência" com que a maioria dos eleitores escolhe seus eleitos é uma consciência política embasada no conhecimento dos candidatos e na análise de seus passados quase sempre comprometedores.
ResponderEliminarMas realmente,amigo, o "homem do povo", o "homem da rua" nem percebe que está abraçado à uma ditadura!
ResponderEliminarDesde que tenha um pouco de comida na mesa,um carnê da Casas Bahia,e um carro novo para pagar pelo resto da vida, ele fica feliz, sorrindo à larga, (mtas vzs desdentado),achando esse mundo maravilhoso!
E,eqto isso,a ditadura come tudo, principalmente os ideais daqueles que enxergam, e não têm força p/ desmontar a anestesia do povo!
Rê,me desculpe;fiz um comentário,mas não me lembro se coloquei meu nome...
ResponderEliminarDesculpe se foi assim.
Sensacional, B Schonpenhauer! Parabéns por o texto.
ResponderEliminarO homem, é movido por interesses e conveniencias, sendo conivente com a democracia ou a ditadura, tanto faz.
ResponderEliminarNa verdade, a exposição ao perigo pelo sufrágio nas urnas acontece a cada 2 anos. Não é que o cidadão vive no município?
ResponderEliminarPrefeituras e Câmaras Municipais, sejamos honestos... ralos eternamente abertos à corrupção, incompetência e falta de gestão.
Ótimo texto. Parabéns!
ResponderEliminarA verdade é que o eleitor tem algo em comum com o político. Na maioria das vezes ambos não estão nem aí para o país. Só querem a vantagem imediata que a votação proporciona
ResponderEliminarHá grandes livros com tratados sobre a alma humana. Há textos pequenos maiores que muitos tratados sobre a alma humana e este é um deles. Há algo de muito profundo e muito esclarecedor na frase "usando o “dedo podre”, escolhe os piores; depois alega que é o último a saber, desavergonhadamente." Pode até parecer perverso, mas assim mesmo é o eleitor brasileiro, emulando o seu herói, o seu Macunaíma barbudo.
ResponderEliminarParabéns meu caro.