JÁ ERA


Domingo já era

Não teve a cara do domingo da infância, aquele com sabor de macarronada com queijo raladinho na hora, em cima do prato. Não teve o aroma do frango assado durante 4 horas em baixa temperatura, suculento. Não teve a textura do pudim de leite.

Mas teve gente alegre, parecendo que nada nem ninguém podia nos lembrar dos problemas da vida, que são muitos, cada vez mais. Teve um prosseco de leve que ninguém é de ferro. Mas o melhor, foi a cozinha perfurmada de ervas e temperos, quente pelo fogão sem um minuto de ócio, que reuniu todos em volta da mesa da cozinha lotada (porque ninguém queria ir pra sala de jantar, sala de visitas menos ainda) beliscando pão de queijo com creme de gorgonzola, linguiça caseira fritinha, minibrusqueta com azeite extravirgem. Até o almoço finalmente encerrar o dia.

Se no som da sala tocava bossa nova e samba canção, as risadas na cozinha ecoavam no coração.

Por algumas horas, pareceu que a vida é boa, que amanhã não é mais um dia que não vai existir, mais uma semana que não vai começar, mais uma angústia que não vai me abandonar. 


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