OU MAR, OU DESERTO
Parece cena de filme: tempestade em alto mar, um barco pequeno, chacoalhando para cá e para lá. A cada onda alta, prende-se a respiração: "é agora que o barco vira, e afunda."
De outra vez, imensidão vazia. Árida e escaldante à luz do sol, gelada no escuro.
Os melhores dias são aqueles em que consigo algum equilíbrio entre as forças que tumultuam a mente.
"Os que produzem obras geniais não são aqueles que vivem no ambiente mais delicado, os que têm a conversa mais brihante, a cultura mais extensa, mas sim aqueles que, cessando subitamente de viver para si mesmo, puderam tornar a sua personalidade semelhante a um espelho, de tal modo que a sua vida, por muito medíocre que fosse no aspecto mundano e, inclusive, em certo sentido, no aspecto intelectual, se reflita nele, pois o gênio consiste no poder reflectivo e não na qualidade do espetáculo refletido." (Marcel Proust)
A paz diante do espelho é uma ficção fugaz desta preciosidade miserável de todo ser humano, o ego, que fica logo abaixo da teomania. Concluir que não há paz, mas passageiros dias de "equilíbrio entre as forças que tumultuam a mente" é um avanço extraordinário da existência, algo próximo da sabedoria. Já assistiu "Inception" ? Abs. JD
ResponderEliminarA busca pelo equilíbrio. Só não pode ser com tamanha ânsia que a torne insensata de vez....
ResponderEliminarObrigada pela visita e comentário. Volte sempre.