NA COMPANHIA DO TEMPO




Tempo. Marcado. Buscado, perdido. Com relógio, com números. Sem espaços. Com amarras. Ou sem relógio, sem números, com sensações, sem pressões. 

Cada tictactictac, quando o tempo é adverso, acelera a pulsação, é sentido na têmpora e exprimido na respiração. O tempo, amigo de quem o tem, inimigo de quem não sabe como tê-lo. O tempo, aliado de quem não precisa dele, adversário de quem não sabe conquistá-lo. Ninguém vê, todos querem, tantos perdem.

Para quê ganhar? Por quê perder? Tempo, está em algum lugar, se o encontrar. Existe, se o fizer. Sempre é largo, se for inteligente. Sempre é longo, se for sensato. 

Um tempo para pensar, um tempo para respirar. Um tempo para lembrar, um tempo para sentir. Um tempo para esquecer, um tempo para admirar. Um tempo para ouvir, um tempo para desejar. 

Tempo para encontrar, na alma, resistência para o que é pequeno, menor. Criar músculos na alma. Levá-la para exercitar a força. Encontrar o rumo que ela mesma quer tomar. Para descortinar o que é inútil, libertar-se da relevância. E poder, enfim, entregar-se a ao tempo.

Mais tempo, para não querer nenhum.

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