CAI A NOITE
Tu vieste o fogo então reanimou-se
A sombra cedeu
o frio de baixo iluminou-se de estrelas
E a terra cobriu-se
Da tua carne clara
e eu senti-me leve
Vieste a solidão fora vencida
Eu tinha um guia na terra
Sabia conduzir-me sabia-me desmedido
Avançava ganhava espaço e tempo
Caminhava para ti
dirigia-me incessantemente para a luz
A vida tinha um corpo
a esperança desfraldava as suas velas
O sono transbordava de sonhos e a noite
Prometia à aurora olhares confiantes
Os raios dos teus braços entreabriam o nevoeiro
A tua boca estava úmida dos primeiros orvalhos
O repouso deslumbrado substituía a fadiga
E eu adorava o amor
como nos meus primeiros tempos
(Paul Eluard)
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