CAI A NOITE
Não sei como tudo aconteceu...
Um arroubo, arrebatamento inconseqüente - de adolescência?
Apenas algo que deveria ser resgatado,
vivendo de lembranças - não vividas.
Vidas que se cruzam em diversos momentos
tomaram rumos diferentes, de novo batendo à porta,
e começou já com aquele gosto - amargo
de que um dia acabaria - assim acabou.
Não sabia que doeria tanto, rasgaria - por dentro
como uma morte - dizem que amores morrem mesmo,
e que essa dor era tão intensa,
e que tudo terminou como se nada tivesse acontecido,
Onde estava eu, a mulher racional - lúcida,
que habitava nesse corpo que agora padece - inerte na cama,
Não chorei, não pensei, não senti - simplesmente não senti.
E se alguém me visse chorando, me prestaria socorro? - Acho que não.
As pessoas te dizem: Vai passar - e passa mesmo,
mas cada um sabe de seu período de dor.
Foram-se os dias, dirigia pela cidade sem nada ver,
sem sequer saber - para onde ir.
O que eu sentia, paixão - de doer,
de dar medo, inveterada, sem noção,
um dia, acabar iria.
O final de amor me roubou o juízo - eu, mulher de classe
Meu juízo - eu, mulher consciente - nunca perdi o chão
Outras vezes sofri, outras vezes com mais discernimento,
sem essa vertigem que faz parecer que a queda não tem fim
e que dela, não acordarei, tão cedo.
Entreguei-me, não pensei - se pensasse não faria.
Estou anestesiada.
Ontem te vi com ela - aquela mesma
que você falava tão mal - não podia mais conviver
Estou anestesiada.
Uma tristeza amistosa, me impede de reagir
de fazer planos - até de sofrer,
simplesmente entorpece, imobiliza
Trajetória de morta-viva - algumas horas morta, outras mais viva,
À noite, cansada, durmo - acordo sobressaltada
Todos os pesadelos tem você.
Amar desse jeito, transtornado
não é normal - realmente não era.
Vladia Soares
Vai parecer "mesmice" te dizer o quero e que aprendi na prática, à duras penas..... Já senti esta dor de morrer... não morremos, não literalmente... entorpece, anestesia, coração primeiro dói, chora pra dentro, achamos que não resistiremos bravamente..... mas sobrevivemos.... Somos mulheres, somos de fibra.... somos doces, somos frágeis.. Depois que a dor vira uma amarga lembrança, coração fica esperto... namorador.... solteiro... nunca sozinho.... Aquele amor? Fica pra sempre guardadinho no lugar + especial que temos dentro da gente.... Ahhh seguir os conselhos da Martha Medeiros é imprescindível à sobrevivência "Não trate como prioridade quem te trata como opção".... No mais, te amo grandão.... Um dia conversaremos sobra vida, amores, desamores....
ResponderEliminar>Os Sonhos de Icaro
ResponderEliminar>Apaguem as luzes
Acabou o espetáculo
Chamem o palhaço louco de volta para a jaula
La Belle de Jour não mais será transmitida na sessão da tarde
Mesmo ela estando lá…
Vá à luta meu caro
Séverine não é Messalina
Nem coração stop motion picture.
Bauhauss, Blues, Bier,
As horas são impiedosas
Entre um gole e outro
As escolhas…
Os pensamentos são como raios em noites sem estrelas
Sem amigos, sem músicas, sem ninguém…
Um silencio predomina
Uma Nona no quarto é tão sublime
Que quase se acredita em divindade ou no divino
Uma óde
Permite se sentir Ícaro outra vez, ou seria Fernão?
Pouco importa…
Um trago e as palavras fluem
As flores do campo são selvagens
Mas não machucam
Soltem o palhaço o espetáculo deve continuar
Troquemos o filme
Quero a minha amada imortal de volta
Anna Marie é mais bela
Voltarei a minha vida de notívago
Quero as mazelas da noite
Aonde sou compreendido
Sempre…
http://ileniel.wordpress.com/2009/04/10/os-sonhos-de-icaro/
felicidades sempre...
As palavras são um singelo retrato do amor que maltrata a alma e o coração.
ResponderEliminarMas, sempre digo e repito: Faz parte.
Tudo é aprendizado, da mesma forma que tudo é escolha.
Ao acordar na próxima manhã, Vladia, escolha ser inteiramente feliz. E o resto? faz parte...
Quem já não passou por isto?
ResponderEliminarÉ exatamente como está escrito neste belo poema.
Uma verdadeira dor na alma e até mesmo no corpo,que emagrece.
Parabéns Vladia e Regina!