CAI A NOITE
Inspiro. Parado
o vento não percorre a tarde como antes
Estou à janela
Não ouço seu canto alucinado
A eletricidade corta o ar
Árido
Pisco os olhos secos
Sob a areia das minhas pálpebras a sua imagem
Vejo
Verde nas árvores é queimado, horizonte cinza
Como teus olhos o chão é dourado
O caminho está aberto
Há braços inquietos que abarcam
Entra - tu cabes
no abraço que só mata a saudade
E nada mais
É teu livre ser que me alimenta
Nesse campo não receia o cinza - do céu
Não receia sufocar, qualquer, não há
nem receia o calor seco - do tempo
Bebe da água que desejar
Até nos lábios meus.
Expiro. Espero.
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