CAI A NOITE
Estendo a mão o suficiente
tateio a memória que o mundo reconhece
pequenas imagens das horas que me roubas
todos os dias
Estendes a mão o suficiente
Pego o livro folheio leio ao respirar
Desvio os olhos, imóvel,
Desvio os olhos, imóvel,
para dentro do clássico
Para não esquecer.
Para não esquecer.
É nas palavras que me encontras.
Estendes a mão o suficiente
tateias a minha que encontrou teu mundo
grandes imagens ausentes de mim e sabes
que ali estão doadas as horas que te roubo
todos os dias
Pegas um livro qualquer prendes teu olhar,
inquieto, para fora dele
Para não lembrares.
Teu tato, minha memória, é pelas palavras
que nós nos encontramos.
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