MINISTRO, RELATÓRIO, MENSALÃO, OPINIÃO E A JUSTA
"Utopia coletivista miserável: de cada um, segundo sua capacidade,
para cada um, conforme sua necessidade. " [BSchopenhauer]
Ah, a semana em CorruPTópolis! Essa, tomada pelo mensalão e pela necessidade do seu revisor, ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, em entregar seu relatório para que seja cumprido o cronograma para a votação em si desse que, para muitos, é o maior escândalo de corrupção da república brasileira. Enquanto redigia esse, o portal Conjur noticiou: Ministro libera relatório de revisão... (leia aqui).
Tenho minhas opiniões que comumente seguem na contramão do senso comum, sobre o que é e como deveria ser - portar-se - uma Suprema Corte e seus membros que, afinal de contas, são a própria instituição da Justiça que representam. Uma delas é que muito acima das outras instituições democráticas, o Judiciário deva ser o poder mais independente de uma nação. Tal independência passa, obrigatoriamente, para que os capas-pretas em todas as instâncias da Justiça não sejam sujeitos à imoralidades das pressões políticas, por óbvio. Mas também que não sejam sujeitos à "voz rouca das ruas". A responsabilidade das Excelências deve ser com as leis, a Constituição da República, não com a opinião de quem quer que seja.
Ocorre que esse é o cenário do mundo ideal, também não sou estúpida de não reconhecer que estamos longe do mundo ideal. No mundo real, possível, o que ocorre é o oposto, e arrisco - sem estatística alguma, apenas pela observação particular - que nas primeiras instâncias tais pressões política e popular sobre o Judiciário sejam menores. Já a partir da segunda instância até os tribunais superiores... ai, ai, ai.
Sou mais rodriguiana que pode imaginar a sua vã filosofia e portanto, sei que política e futebol não são feitos com boas intenções. E tratamos de política, puramente, não de Justiça, no que respeita o julgamento de uma Sofisticada Organização Criminosa - puramente formada nas hostes da política e voltada para a sistematização da corrupção como forma de garantir a perpetuação dos mesmos agentes no poder. Pois dessa feita, não se pode lidar com o lado mau da força política sem conhecer seus trejeitos e não se pode vencê-lo tendo pudores em agir com alguma coisa de seus métodos. Porém, creio ser plenamente possível observar os limites dos valores éticos que o lado Jedi da Força tem. Há muito que a opinião pública é a opinião publicada pelo interesse de quem detém esse poder, e publicar a opinião dos contrários ao mal, é a arma da vez.
Assim, há que se equilibrar um pouco a balança da pressão do Lago Negro da Força exercida sobre a balança da Justa, que jamais deveria receber pressão nem política nem popular, e a bronca das redes sociais sobre Lewandowski tem - teve - o seu valor. O que espero, agora que o dito cujo relatório foi apresentado, é que os ativistas de bumbum confortavelmente instalados em poltronas de couro e ar-condicionado não pensem que seja um piquete de hastag o responsável absoluto por "fazer a revolução". Deixemos de utopia, pois o mundo real existe e é o que temos.
Olho escanteado para a apologia de um mundo melhor. O mundo é bom. As ressalvas são para muitos que nele vivem. Ninguém salva o mundo, porque o mundo não precisa ser salvo. Ninguém escolhe salvar o mundo. É uma necessidade coletiva, para ser aceito, seja por pose de bom-mocismo mal intencionada ou por ingenuidade. Como necessidade, não é escolha. Sendo coletiva, não é livre. Se não é escolha, individual e livre, não é durável, pois não encontra sustentação em ideias próprias. A coletividade, desprovida de ideia, só se sustenta na falta de opção. É utopia. E toda utopia naufraga em seu próprio vazio de ideias. Da União Soviética até o movimento bicho-grilo, aquele da paz, amor, maconha e LSD, toda utopia terminou em fracasso.
Em tempos de redes sociais isso fica muito exacerbado. Propagar a nova era revolucionária de um mundo melhor é, por vezes, uma fuga covarde para não enfrentar os próprios erros, falhas, os defeitos, a parte feinha que mora em cada um. Há um mundo para salvar, e os pecados alheios para perdoar. Assim, não há tempo para olhar por cima do próprio ombro, para trás, e enxergar o tamanho do rabo que cada um arrasta. E esconde. A responsabilidade com a questão política dá-se na informação para o voto. Em véspera de eleição de vereadores e prefeitos, é uma boa conversa. Que fica para daqui a pouco.
Beleza, Seu Levianówiski. Ops, Ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal. Soltou o que te oprimia. Agora vamos para outra etapa do mensalão?
Sofrer por amor é uma escolha. Escolha própria: pode ser infantil ou corrompido. Pode ser digno ou roubado. A culpa é nossa.
ResponderEliminarFabio.
O ministro pode reclamar a vontade. Ele é funcionário público e deve sim, satisfações. Não só ele, mas todo o STF ainda está devendo uma boa explicação do motivo para que só agora o mensalão está sendo julgado.
ResponderEliminarQuisera poder compartilhar do vosso otimismo.
ResponderEliminarCom estas leis que foram feitas para dificultar ao máximo que um político ladrão pague por seus crimes, chego a duvidar de final feliz. Porque para mim extirpar de uma vez por todas estas pragas da vida pública e retomar o que nos foi roubado é justo.
Quisera compartilhar do seu otimismo em me achar otimista! Nó! Até gostei, hehe. Sou cínica, cética, não tenho a menor "esperança" no slogam "Um Brasil mais justo". Não acredito em salvar o mundo, tampouco em salvadores da pátria. Mas tá valendo. :)
EliminarOlá!!! Também não compartilho desse "otimismo", até porque o nosso povo brasileiro, EM SUA ESMAGADORA MAIORIA, continua sendo IDIOTA...
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=pEZrHPo_3I0
Mas que seria a glória ver lula numa gaiola como esta, seria
ResponderEliminarLula na carrocinha! http://aluizioamorim.blogspot.com/2012/06/sponholz-lula-na-carrocinha.html?spref=tw
"Quase sempre minorias criativas e dedicadas transformam o mundo num lugar melhor." Luther King
ResponderEliminarEssa esperança tampouco tenho. A "Justa" da Banânia está cooptada e totalmente dominada pelos "barbudinhos". (nada contra barbudos não-PTistas). Um STF isento seria o ideal mas como vivo no planeta terrs, sei que o ideal é sonho e utopia.
ResponderEliminarAbraços
Lunarscape.