CAI A NOITE
Já não há procura incessante
Nenhuma prolongada angústia
- em agonia
Pressinto a música estalar nas paredes
Rendo-me ao silêncio, se este se faz
Sem espera nem demora
- tudo acontece ou nada
É lentíssimo esse progredir do amor
Suavemente compassando o coração
Possuo os espaços secretos de ti
Incomensuráveis, da tua presença
- em tua ausência
Fazendo de mim um ansioso lugar
Apaziguado, pois tu és o que há
E tudo há, quando em ti estou
- como quem respira
Cultivas tu o meu cultivar
Da tua saudade em meu corpo
- Do teu sobre o meu
Não és tu de uma imagem solta
- uma criação
Então já não necessito de ti
É de olhos fechados que ando
Atravessa meu elemento essencial
- o teu abraço
Este teu gesto lento que me alcança
- e me possui
E então já não necessito mais
- de mim!
Olá Regina,
ResponderEliminarGostei da poesia 'Cai a Noite'...
Ela me disse alguma coisa...
As minhas poesias ainda não passaram pelo crivo da autocrítica.
Abraço, Sonia Maria Leal
Obrigada, Sonia. Olha, todo mundo que já me conhece sabe e não faço segredo. Eu publico sem revisão. Se eu ler o que escrevo, em relação a poema, não publico. Não é minha praia, sou de prosa. Mas algumas pessoas foram gostando e fui postando. Leio muitos poetas, por gosto. Mas tenho toda noção que o que escrevo é intuitivo, não há construção, métrica, técnica nenhuma porque nunca estudei estrutura, etc. Qualquer hora dessas paro por uns 20 dias e tiro "férias" para estudar como escrever poesia. Portanto, se eu tive coragem, tenha também, hehe. Publique as suas. Obrigada pela visita e comentário. Volte sempre!
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