CAI A NOITE
Tantos prazeres agora eu sei,
- devo-te
O riso purificado que em mim colocaste
O despudor do silêncio na manhã
(do pássaro)
E a surpresa desta saudade...
Tanto como estão comigo as tuas palavras
- Devo-te
A alegria indomada que a mim emprestaste
O destemor do sensato desejo
(de em ti voar)
Sou em ti, as asas de em ti ficar...
Tantas viagens agora eu revivo,
- Devo-te
A indizível volúpia que em mim despertaste
O incendiado desejo lambendo-nos
(os corpos)
Algumas horas, adormecidos em ternuras...
Ter-te, é dever-te
Inúmeras preces no altar
- que não desvanece
E as coisas que eu não disse, que não digo
Estão no fogo dos sabores de mim
- que tu tomaste, e já a ti pertencem
Sou em ti, o que tu queres
- devo-te
O que em mim os teus dedos
Com a tua paixão,
- tu escreveste!
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