UMA BOMBA NA BOMBA, NO BOLSO E NADA... NA OPOSIÇÃO

(Ilustração: Jornal O Cotidiano)

Na tarde do dia 29 de janeiro de 2013, noticiou-se meio que timidamente que o governo da presidente Dilma Rousseff determinou o aumento de 6,6 % dos combustíveis para os postos, com previsão de que este seja, também, integral nas bombas. As implicações econômicas, evidentemente, além de já pulularem por quem deva mostrá-las, não as farei, pois não guardo segredo de que, em matéria de economia, eu sou exatamente como o Mantega, não entendo nada. Me é claro, no entanto, que o aumento dos combustíveis não incide apenas no bolso do cidadão que tem e usa carro. Ele é repassado totalmente para toda a cadeia de produção e distribuição de tudo quanto há, tanto de bens como de serviços. 

Com uma predileção para a publicidade antes de ações efetivas de governo, o estado brasileiro decide o que é bom e o impostuinte paga a conta do que é ruim, inclusive a da propaganda eleitoral antecipada em forma de pronunciamentos da presidente Dilma. Mas exceto a corrupção desgovernada que é real, as ações de governo são metarreais, que subsistem apenas na falácia pró-eleitoral dos seus agentes. Por que isso ocorre no Brasil? Porque tudo o governo não faz e não há uma oposição que aponte. Cabe ao governo, governar. Quanto menos o faz, mais deveria aparecer a grita dos que foram eleitos justamente porque se apresentariam como contraponto ao establishment. Mas a realidade é que não há nada de oposição. 

Compreendo perfeitamente que ainda estão, as duas Casas que compõem o Congresso Nacional, em recesso. Sem o palco das respectivas tribunas e as luzes das respectivas TVs que divulguem, na possibilidade de haver parlamentares de coragem para ocupar os microfones com discursos, criticando toda a conjuntura desse aumento dos combustíveis e o próprio, não compreendo, no entanto, que os líderes dos partidos, principalmente do PSDB (que para o bem e, sem fazer sua obrigação está mais para o mal, é o que detém os maiores anseios dos eleitores que não concordam com o desgoverno Dilma desde a era Lula), ainda sequer pensaram em fazer o básico do básico: convocar, nas dependências do Parlamento, uma entrevista coletiva com todos os meios de comunicação do país e da Via Láctea: que se explique simplificadamente as implicações desse aumento de combustíveis no cotidiano da sociedade.

Onde estão os competentes assessores técnicos de CNE's das Lideranças dos partidos e da  Liderança da Minoria, que não prepararam um estudo do impacto do aumento nos índices de inflação? E onde estão as suas assessorias de imprensa que não produzem spots de rádio de 1 minuto, distribuídos via internet para todas as rádios que têm cadastradas em seus bancos de dados, chegando aos rincões do país com entrevistas de líderes conhecidos das populações nos estados, exemplificando quanto esse aumento da gasolina tirará do seu bolso ao longo de um mês, um ano? Que se fale em língua de povo o que tal aumento representa de fato, a MENOS, no valor real de compra de quem sobrevive com o Bolsa Família. Que mostre em quantidade de pãezinhos a perda que trará para todos. 

Onde estão os experts em comunicação pela web, anunciados tempos atrás com alarde pelo presidente do PSDB, Sérgio Guerra, que não elaboram estrategicamente peças para Facebook e textos para Twitter com instruções para sua militância divulgar? Que não disparam e-mail marketing para milhares de brasileiros, decifrando o aumento? Eu poderia passar três dias elencando sugestões de ações das mais simples, fáceis, comuns. Se eu as vejo e sei como colocá-las em prática por que os nobres e ilustres gênios pensantes da política nacional não? Talvez seja eu a errada, no fim das contas, porque ouso pensar, enquanto observo a inércia que toma conta de quem deveria tomar conta do capital eleitoral dos que não querem o PT no mando e desmando destepaiz.

Nenhuma democracia verdadeiramente estabelecida abre mão do contraponto às ações e inações dos governos, mundo afora. No Brasil, o desgoverno não governa para não errar, e a oposição não se opõe para não correr o risco de acertar. 

Comentários

  1. Você tem é muita paciência e boa vontade em sugerir e esperar que haja alguma reação da "upusição". Nós estamos a mingua.

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  2. Querida amiga Regina, tenho esperança de que o povo brasileiro vai começar a enxergar a verdade em breve, de forma expontânea, pois se depender apenas dos partidos de oposição estaremos todos ferrados !!!!

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  3. Cara Regina.

    Me parece que Lula faz mais oposição ao governo que os partidos de oposição.

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  4. A oposição política brasileira está mais perdida do que cego em tiroteio. É preciso refazer caminhos e cabe ao PSDB, o maior partido da oposição, fincar a oposição no pântano corrupto que está a transformar a gestão petista. Mas infelizmente brigas internas, show de vaidades, falta de um líder de força, mal assessoramento de marketing e excesso de covardia têm destruído o PSDB. Parabéns, Regina. Foste brilhante!

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  5. Como a sociedade brasileira é dinheirista. Quem sabe alguns laivos de insatisfação pipoquem aqui e ali já que vai começar a doer nos bolso da maioria. Esperemos para ver, porém sentados.

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