CAI A NOITE
Não escrevo, eu transcrevo
Do que cresce em ti
- em mim faz brotar
Devolvo-te em palavras
(o que nasce)
Quando reencontro-me
Sob o teu olhar.
Não leio, eu redescubro
Do que brota em ti
- em mim faz vibrar
Percebo-te no tempo
(o que renasce)
Quando vejo-me
Sob o teu dedilhar.
Não invento-te, sei-te
Quando sob os teus toques
Tateias minhas teias
E sobre a ausência passada falas
- imperfeito,
De detalhes teus, de efeitos - e refeitos
Voltamos a nos encontrar no único lugar
- que de nós dois, há.
Quando com teus lábios tão perto dos meus
(ou longe) Tu bebes do meu gosto
Tu derramas em ternuras
O tempo perfeito do tempo correto
Do verbo
Não declamamos. Apenas, o conjugamos.
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