FARINHA POUCA: A CLASSE C NÃO REELEGERÁ DILMA


Quem diria que a Classe C, aquela criada pelo PT para ser sua escrava na boca de urna pela manipulação da auto-estima com o incentivo exacerbado ao consumo fácil, é justamente a estratificação sócio-econômica onde Dilma mais perde terreno, onde mais é rejeitada, onde mais perde votos. Uma matéria do jornal O Globo mostrou que em 2010, 23% dos moradores do entorno das grandes cidades, predominantemente das Classe C e D, diziam que não votariam em Dilma "de jeito nenhum". Em junho eles já eram 38%. Em um universo de 13,3 milhões de votos, a presidente perdeu 5 milhões. Em 2010 a rejeição a Dilma nessa faixa do eleitorado lhe tirou 3 milhões de votos. 

Agora, um outro dado da realidade fora das pesquisas eleitorais é a mudança de perfil de consumo nos supermercados. A Classe C que por anos foi responsável pelo crescimento do faturamento no segmento fez despencar o consumo das prateleiras, conta a Folha de S. Paulo. A razão não é outra senão a inflação, a co-irmã da presidente Dilma Rousseff que, como nunca antes nestepaiz do PT teve um governo tão incapaz de combater o dragão que corrói o salário dos trabalhadores. 

A retração do consumo da Classe C justamente em itens de supermercado, que são, geralmente, os últimos a serem cortados em situação de crise não tem reflexo direto apenas na economia, como óbvio. Tem reflexo direto na reeleição de Dilma Rousseff. O PT alimentou o mito irreal de que a vida dos brasileiros estava muito melhor justamente inchando cada vez mais esse nicho, idealizado por seus "pensadores" do IPEA, aquele instituto que costuma demitir técnicos não ligados ao PT e aparelhar ideologicamente com a companheirada que vá criar números que se ajustem criativamente às necessidades da propaganda do governo. A "Nova Classe Média" é a base da pirâmide do consumo. Quando essa base sente-se abalada porque, endividada demais, precisa diminuir os gastos com o mais básico item da sobrevivência, a alimentação, a ilusão da vida melhorada entra em convulsão. 

Esse enorme contingente de eleitores que vota com o bolso há muito já não atribuía a sensação de "melhoria de vida" ao governo, mas a si próprios. Também este é um dado medido pelo instituto Datapopular, que pesquisa exclusivamente sobre as classes E, D e C. No mês de abril o instituto divulgou pesquisa onde 67% dos brasileiros (dessas classes) aparecem satisfeitos com a vida. Até aí, novidade zero. A novidade está bem aqui: 52% atribuíram a satisfação com a sua vida ao esforço próprio; 31% a Deus e apenas 2% ao governo da presidente Dilma. 

Cada uma dessas informações nos parágrafos acima, sozinhas, são noticiadas mas não são apontadas, como deveria pela imprensa, como fatores que elevam o alerta de perigo na campanha presidencial do partido dos mensaleiros. Voto é confiança, e a confiança primeira que a Classe C perde é quando deixa de adquirir tudo o que se acostumou nos últimos 7, 8 anos a consumir. Quando se analisa todos os cenários na sequência, tem-se o tamanho do problema (para Dilma e o PT). Com a incompetência e inoperância mitocondriais do seu governo, a certeza que tinham em outros tempos de convencer esse eleitor que Dilma deve receber novamente seu voto apenas com muita propaganda não existe, há tempos, nos porões da campanha presidencial. Este brasileiro médio que está reivindicando para si a sua melhoria, e aquela que ainda pode obter, quer mudança sim, porque ele quer deixar de perder e quer mais melhorias de imediato. 

É latente o desejo, pela necessidade de sobrevivência, de mudança generalizada. Ninguém melhor do que o consumidor das classes E, D e C  que conta o mês no fim do salário para saber que nada vai bem, e que a propaganda oficial - caríssima - é apenas propaganda de mentiras. A inflação carcome o dinheiro que deve servir para o brasileiro comer. Com este governo lulo-dilmista absurdamente demagógico e populista, além de incompetente, o resultado não poderia ser outro: não apenas inflação, mas tudo o que falta ao país é percebido por quem consome. Insegurança pública, saúde na UTI - SUS no cemitério - educação com muitas vagas mas com infra-estrutura e qualidade de ensino muito baixas, está tudo às vistas do eleitor não mais anestesiado pelo crédito que o levava a comprar o que não precisava com um dinheiro que não tinha. E aí esse eleitor vê mais que nunca o monstro da corrupção, a cada dia provando que o Brasil que presta é humilhado e achacado pelos seus "representantes" que não prestam. 

A importância das informações sobre a Classe C é enorme. É ela a "elite branca" que os petistas tentam emplacar como culpados pelas estrondosas vaias e xingamentos devidos à Dilma durante os jogos da Copa do Mundo. O recado é claro: farinha pouca, meu pirão primeiro, Dilma. Se não dá pro meu pirão, então não dá pro seu. Urge que todos os que sempre soubemos, independente da classe sócio-econômica a que pertencemos, que é preciso fazer deste um ex governo, e do PT um ex partido no poder, nos concentremos nas prioridades da agenda econômica. O Brasil precisa re-estabelecer o equilíbrio da sua economia pois sem isso não há como sequer existirem condições para se debater a agenda de valores morais. 

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